A economia mundial sofreu – e ainda sente algumas consequências – da crise financeira de 2008. Este que foi o fenômeno econômico negativo que mais abalou o mundo desde a crise americana de 1929, que levou a economia dos Estados Unidos ao colapso e ficou conhecida como a Grande Depressão Americana.
O início desse declínio econômico deflagrado em 2008 surgiu depois que onda de falências atingiu instituições financeiras americanas e europeias. Tais entidades vítimas da crise exerciam papel importante no emaranhado sistema financeiro internacional, e assim acabaram expandindo os efeitos do problema para as mais diversas economias do mundo.
Explosão de uma bolha imobiliária
Uma série de complicações financeiras no setor imobiliário dos Estados Unidos levou ao que muitos economistas denominaram de “estouro de uma bolha imobiliária”. Durante a década de 90, sobretudo no governo do presidente Bill Clinton, medidas financeiras direcionadas para o ramo imobiliário foram intensificadas a fim de estimular o aumento do número de compradores de imóveis no país.
Para isso, os bancos disponibilizavam empréstimos para aqueles que viriam a comprar imóveis. Todavia, essas instituições financeiras tinham que respeitar determinados limites de concessão. Mas para que fosse possível a ampliação desses limites, grandes empresas adotaram a postura de adquirir as carteiras de crédito imobiliários dos bancos dos EUA, fazendo com que as instituições financeiras passassem a liberar para os compradores mais crédito.
De tal modo que esse “acordo” entre bancos, compradores e empresas provocou uma desregulamentação do sistema econômico mundial, uma vez que a economia americana exerce influência nas instituições financeiras e nas bolsas de valores de todo o planeta.
Tal problemática surgiu depois que os compradores de imóveis passaram a não se preocupar em quitar os empréstimos e assim aplicaram calote nos bancos, esses que começaram a decretar falência em 2008, ano em que os prejuízos já contabilizavam 170 bilhões de dólares.
Medida emergencial
A crise de 2008 ganhou uma dimensão ainda maior depois que o Congresso dos EUA sancionou a concessão de 700 bilhões de dólares para tentar salvar o sistema financeiro. O banco central americano, o Federal Reserve System (FED), forneceu empréstimo para empresas detentoras de hipoteca de imóveis e para aquisição de títulos hipotecários das instituições financeiras quem estavam em processo de falência.
Tal ação passou a ser considerada uma intervenção estatal na economia dos EUA e salvou parcialmente o sistema financeiro. Entretanto, há economistas que afirmam que isso poderá causar novos transtornos financeiros no futuro.