Por André Luiz Melo em 16/03/2015 (atualização: 06/03/2015)

Certamente você já deve ter degustado uma saborosa pamonha, um mungunzá ou mesmo um acarajé, não é mesmo? E o que dizer de algumas expressões que vez por outra fazemos uso em nosso vocabulário, como moleque, fubá, caçula, dengoso, entre outras? Pois bem. Tudo isso denota a influência das tradições e costumes africanos na cultura do povo brasileiro.

Essa relação foi estabelecida a partir de práticas aqui desenvolvidas pelos negros africanos, à época em que foram escravizados pelos portugueses no período colonial, ou mesmo a partir da importação de algumas culturas africanas ao longo dos tempos.

O início de tudo

Foram aproximadamente 400 anos de escravidão africana no Brasil durante a era colonial. Tal ciclo foi determinante para a constituição da economia material brasileira, mas também para a formação cultural do que viriam a ser as futuras gerações brasileiras. Indígenas, africanos e europeus: assim constitui o alicerce da composição da população do Brasil.

Culinária

No passado, na cozinha das fazendas, dos engenhos e das casas-grandes, as escravas africanas tinham a função de preparar a alimentação. Assim, os pratos da culinária do continente africano começaram a ser incluídos no cardápio brasileiro. Não à toa desembarcaram, e fazem parte até hoje da nossa gastronomia, pratos como os citados no começo deste texto, além de vatapá, caruru, entre outros.

A influência africana na cultura brasileira

Foto: Reprodução

Crenças

O desembarque dos africanos em terras tupiniquins trouxe consigo inúmeras tradições religiosas que eram predominantes em várias regiões da África. Entretanto, durante o período da escravidão, a conversão ao cristianismo europeu passou a ser uma obrigação para os negros africanos aqui escravizados.

Assim, nasceu o sincretismo religioso, que nada mais foi do que uma mistura das crenças africanas com o catolicismo. Até hoje, tradições religiosas do continente africano como a umbanda, o candomblé, o catimbó e a quimbanda se fazem presentes na cultura religiosa do Brasil.

Musicalidade

A influência africana tem também predominância até os dias atuais na música brasileira. Basta lembrarmos do afoxé, do samba, do maracatu, do lundu, da capoeira e da congada.

Isso sem falar no “mix” de instrumentos que nós, brasileiros, herdamos dos africanos, a exemplo do atabaque, da cuíca, do tambor, e de determinadas flautas, como a marimba e o berimbau.

É bem verdade que não podemos nos esquecer da relação africana com alguns cantos existentes na cultura brasileira, como o jongo; ou ainda em danças como a umbigada.