Por Natália Petrin em 08/09/2015

É um pouco raro que tenham escutado sobre a comadre fulozinha, também conhecida em algumas outras regiões como mãe da mata, ou ainda comadre florzinha, aqueles que vivem em cidades grandes com alto índice de urbanização. O nome comadre florzinha deveria ser o verdadeiro, mas os habitantes, devido ao sotaque caipira, falavam algo como “fulozinha”, que acabou sendo difundido como o nome.

Apesar de nem todos terem ouvido falar na comadre, a sua presença para aqueles que vivem na zona da mata de Pernambuco e Paraíba, é bastante real, e muitos já escutaram as histórias sobre a dona das matas.

As lendas são bastante comuns em todos os lugares, mas nas regiões rurais essa história tem destaque. Em algumas cidades, a coisa é tão levada a sério que são organizadas associações que objetivam caçar a criatura.

A lenda da comadre florzinha: a 'dona das matas'

Foto: Reprodução/ internet

Para algumas regiões, como o culto da Jurema, na Paraíba, a comadre florzinha é considerada, inclusive, uma entidade divina que tem caráter ambíguo, e pode agir para o bem e para o mal. Ela pode atacar caçadores, seus cachorros e até mesmo aqueles que derrubam árvores ou ainda dar nós na crina dos cavalos daqueles que passam sem lhe deixar oferendas.

A lenda

A comadre fulozinha é uma menina de cabelos negros e assanhados – que à noite viram fogo -, que tem origem, provavelmente, no período colonial. A história, inclusive, se confunde com algumas da mitologia brasileira, como é o caso do saci e do curupira. A menina se perdeu na mata, segundo a história, e faleceu desnutrida. Seu espírito então ficou perdido na mata e, com o passar do tempo, ela passou a aterrorizar as fazendas e aldeias.

Relatos

Na década de 1930, segundo dona Lourdes Cavalcanti, seu irmão chegou em casa assustado relatando que seu cachorro havia levado uma surra da Comadre. Além disso, existem ainda outras histórias.

A população da zona rural respeita a lenda, e não busca atormentá-la. Em algumas situações, ela atua de forma semelhante ao saci, também fazendo traquinagens como fazer tranças em rabos de cavalo, além de roubar fumo e mel. Como uma forma de disfarçar a sua presença, ela dá um assovio parecendo que está distante, mas quando menos se espera ela chega.