No mundo em que vivemos existem diversos tipos de plantas. As plantas classificadas de angiospermas são aquelas que possuem flor.
Atualmente, é o maior grupo de plantas, com cerca de 235.000 espécies. São exemplos as mangueiras, os coqueiros, as laranjeiras, as bananeiras e muitas outras plantas floríferas.
As angiospermas possuem grande importância industrial, na fabricação de bebidas (uva, abacaxi, cevada), de tecidos (linho, algodão), de álcool e açúcar (cana), entre outros.
Elas ocorrem em ampla diversidade de habitats, existindo desde espécies aquáticas, inclusive marinhas, até espécies adaptadas a ambientes áridos (cactos).
A flor da angiosperma
Existem vários tipos de flor. Uma flor completa é aquela que apresenta todos os elementos: pedicelo ou pedúnculo, que se prende ao caule por uma extremidade e apresenta na outra o receptáculo, onde se inserem os verticilos florais.
Os verticilos florais são conjuntos de folhas modificadas e formam as seguintes estruturas:
- Cálice: conjunto de sépalas, geralmente verdes, mas podem apresentar outras cores.
- Corola: conjunto de pétalas, que podem ser de diversas cores.
- Androceu: formado pelos estames, folhas modificadas em cuja extremidade diferencia-se a antera, no interior da qual estão os grãos de pólen.
- Gineceu: formado por um ou mais pistilos. O pistilo é formado por uma ou mais folhas modificadas chamadas carpelos. Os carpelos se unem dando origem a duas partes: uma porção basal dilatada, chamada ovário, que contém o óvulo, no qual se desenvolve o gametófito feminino que forma a oosfera (gameta feminino) e uma porção alongada, denominada estilete, cujo ápice é o estigma.
O perianto da flor é o conjunto cálice-corola. Às vezes pétalas e sépalas têm a mesma coloração, sendo indistinguíveis e, nesses casos, são chamadas de tépalas e o conjunto de perigônio.
Qualquer um dos quatro verticilos florais (sépalas, pétalas, estames, pistilo) pode faltar, mas sempre há, pelo menos, estames ou pistilos. Quando estames e pistilos ocorrem na mesma flor, dizemos que elas são hermafroditas.
Geralmente, há mecanismos que dificultam a autofecundação, o que garante aumento da variabilidade genética. Um deles é a dicogamia, onde androceu e gineceu amadurecem em épocas diferentes.
Quando flores não são hermafroditas, caso apareçam flores masculinas e femininas em uma mesma planta, a espécie é monoica; se houver indivíduos só com flores masculinas ou só com flores femininas, a espécie é dioica.
Inflorescência
As flores podem estar agrupadas de diversas maneiras, formando agregados, chamados inflorescências.
Muitas vezes são confundidas como uma única flor, como é o caso das margaridas. Podemos classificar as inflorescências em dois grandes grupos: racemosa e cimosa.
As pertencentes ao grupo da racemosa podem ser de vários tipos: racemo, corimbo, espiga, espádice, capítulo e umbela.
Angiospermas x gimnospermas
As plantas angiospermas apresentam sementes abrigadas no interior de frutos e teve como marco principal o surgimento das flores. Exemplo: figueira.
Já as gimnospermas suas sementes são chamadas “nuas“, pois não estão abrigadas no interior de frutos. Não possuem flores. Exemplo: pinheiro-do-pará.
Polinização
Ao contrário das gimnospermas, em que a polinização é feita apenas pelo vento (anemofilia), nas angiospermas a polinização pode ser feita também por insetos (entomofilia), aves (ornitofilia) e morcegos (quiropterofilia).
Nesses casos, as flores são vistosas ou apresentam odor característico, o que atrai os animais. Nas plantas anemófilas, as flores apresentam estigmas plumosos e são, em geral, pouco vistosas.
As flores geralmente têm nectários, estruturas que produzem o néctar, um líquido nutritivo que serve de alimento para insetos, pássaros e morcegos. Ao se alimentarem do néctar, esses animais atuam como elementos polinizadores.
Os grupos de angiospermas
As angiospermas eram agrupadas em: monocotiledôneas e dicotiledôneas. A característica que deu o nome a esses grupos foi o número de cotilédones na semente: as monocotiledôneas têm um cotilédone, enquanto que as dicotiledôneas têm dois.
Hoje, no entanto, se sabe que as dicotiledôneas não formam um grupo único (monofilético). Duas linhagens podem ser definidas mais claramente: as magnoliídeas e as eudicotiledôneas.
As magnoliídeas, apesar de terem dois cotilédones, compartilham características com as monocotiledôneas, como a presença de grãos de pólen com apenas uma abertura e flores trímeras. Alguns exemplos de magnoliídeas são: abacateiro, magnólia, pimenta-do-reino, fruta-do-conde, papo-de-peru, louro e canela.
As eudicotiledôneas possuem grãos de pólen com três aberturas e flores tetrâmeras ou pentâmeras, mais raramente apresentam flores dímeras.
Dessa forma, atualmente as angiospermas são divididas em pelo menos três grupos:
- Monocotiledôneas
- Eudicotiledôneas
- Magnoliídeas
Há ainda outras plantas (antigamente consideradas dicotiledôneas) que não pertencem a nenhum desses três grupos. Elas são coletivamente chamadas angiospermas basais e estão representadas pelas vitórias-régias e pelos lírios-d’água.
Reprodução
Nas angiospermas, os óvulos possuem dois tegumentos, nos quais há um orifício de passagem chamado micrópila.
Esses tegumentos protegem o megasporângio, que apresenta uma célula 2n especial que formará, por meiose, o mesgásporo (n). O megásporo dá origem ao gametófito feminino (n), chamado saco embrionário, estrutura em que não há formação de arquegônios, mas há diferenciação direta de uma oosfera (n), que é p gameta feminino.
O saco embrionário também possui outras poucas células e dois núcleos (n), denominados núcleos polares, que podem se fundir originando um núcleo diploide, chamado núcleo secundário do saco embrionário.
Comparando o óvulo maduro de uma angiosperma com o de uma gimnosperma, verifica-se que nas angiospermas o óvulo é mais simples, possuindo um gametófito feminino ainda mais reduzido, que não apresenta diferenciação de arquegônios.
Após a polinização, inicia-se a germinação do grão de pólen: origina-se o tubo polínico, que leva até o gametófito feminino duas células espermáticas. Uma delas une-se à oosfera, formando o zigoto, que, por várias divisões mitóticas, dá origem ao embrião.
A outra une-se a dois núcleos n do gametófito feminino (núcleos polares), formando um núcleo 3 n, que dará origem a um tecido nutritivo chamado endosperma. Fala-se, então, em dupla fecundação, uma característica exclusiva das angiospermas.
Com o desenvolvimento do embrião, os tecidos do óvulo tornam-se desidratados e impermeáveis, e a estrutura toda passa a ser denominada semente. A semente é, portanto, o óvulo desenvolvido após a fecundação.
Em algumas angiospermas, o endosperma é digerido pelo embrião antes de entrar em dormência.
O endosperma digerido é transferido e armazenado geralmente nos cotilédones, folhas embrionárias que se tornam ricas em reservas nutritivas. Isso ocorre, por exemplo, em feijões, ervilhas e amendoins. Já no caso do milho, o endosperma não fica no cotilédone.
- As plantas classificadas de angiospermas são as que possuem flor.
- Uma flor completa tem pedúnculo, receptáculo e verticilos florais.
- As sementes das angiospermas ficam abrigadas no interior dos frutos.
- Nas angiospermas a polinização pode ser feita por morcegos, aves e insetos.
- As angiospermas são agrupadas em: monocotiledôneas e dicotiledôneas.
Exercícios resolvidos
*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Referências
» RECH, André Rodrigo et al. (Ed.). Biologia da polinização. Projecto Cultural, 2014.
» DE LYRA LEMOS, Rosângela Pereira. Checklist flora de Alagoas: angiospermas. Instituto de Meio Ambiente, 2010.