Português

Aprenda quais os verbos com mais de uma regência

Os verbos podem gerar dúvidas quanto à sua regência, sendo que alguns têm dupla regência. Um mesmo verbo, dependendo do sentido que ele expressa na oração, pode ou não ser regido pelo uso da preposição.

De acordo com o gramático Cegalla, em sua obra “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar de sentido, enquanto outros assumem outra significação quando se lhes muda a regência.

Verbos que aceitam mais de uma regência sem mudar de sentido

Confira a seguir alguns exemplos de verbos que admitem mais de uma regência sem mudar de sentido:

Aprenda quais os verbos com mais de uma regência

Foto: depositphotos

1) A aurora antecede o dia.
A aurora antecede ao dia.

2) A ventania precedeu a chuva.
A ventania precedeu à chuva.

3) Cumpriremos o nosso dever.
Cumpriremos com o nosso dever.

4) José não tarda a chegar.
José não tarda em chegar.

Verbos que mudam a significação

Confira a seguir alguns exemplos de verbos que mudam de sentido quando se lhes muda a regência:

1) Aspirei o aroma das flores. (= sorver, absorver)
Aspirei ao sacerdócio. (= desejar, pretender)

2) Olhe para ele. (= fixar o olhar)
Olhe por ele. (= cuidar, interessar-se)

3) Ele não precisou a quantia. (= informar com exatidão)
Ele não precisou da quantia. (= necessitar)

Verbos que apresentam mais de uma regência

Veja a seguir outros verbos que apresentam mais de uma regência:

Quando o verbo “aspirar” indicar a ideia de inalar, sorver, cheirar, ele sempre exigirá o complemento sem a preposição. Trata-se de um verbo transitivo direto.

Exemplo: Aspirou o ar cálido.

Já no sentido de desejar, almejar, pretender, o verbo exige o complemento com a preposição. Trata-se de um verbo transitivo indireto.

Exemplo: Eu aspirava a uma posição mais brilhante.

Quando o verbo “assistir” for empregado no sentido de dar auxílio, prestar assistência, confortar, ele não exigirá que o complemento seja acompanhado do uso da preposição.

Exemplo: O médico assistiu o doente.

No entanto, quando o mesmo verbo indicar a ideia de ver, presenciar, o complemento deve ser acompanhado da preposição.

Exemplos: Por que você assiste à minha palestra?
Ontem assistimos a um filme excelente.

Quando o verbo “implicar” for empregado no sentido de trazer como consequência, acarretar, é verbo transitivo direto, isto é, exige o complemento sem a preposição.

Exemplo: O desrespeito às leis implica sérias consequências.

Quando o mesmo verbo indica a ideia de mostrar má disposição para com alguém, é transitivo indireto, isto é, exige o complemento com preposição.

Exemplo: José implicava com os seus colegas de classe.

Quando significa desejar, o verbo “querer” pede objeto direto.

Exemplo: Eu quero o computador.

No entanto, quando representa amar ou ter afeto por alguém ou alguma coisa, o complemento será sempre acompanhado da preposição.

Exemplo: Quero bem aos meus amigos e familiares.

*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).