Ciências

Aranha: Características, tipos e importância

As aranhas são animais invertebrados, que pertencem ao filo dos artrópodes. Os artrópodes ultrapassam todos os outros grupos de animais em relação a sua distribuição geográfica e ao número de espécies, existindo em todos os ambientes: aquático, terrestre e aéreo. Nesse artigo você vai conhecer as características da aranha, os tipos e a sua importância.

Mas antes de mais nada, é preciso entender que o nome artrópode (arthos = articulação; podos = pé) se refere a uma característica marcante dos animais desse filo: presença de pernas articuladas. Entretanto, os artrópodes não têm apenas as pernas articuladas, mas também outros apêndices, como antenas e peças bucais.

O grupo dos artrópodes sempre teve uma enorme importância para o ser humano. Muitas espécies parasitam animais domésticos, vegetais cultivados ou ainda são transmissores de parasitas ao homem. Por outro lado, alguns são de grande interesse alimentar, como camarões e lagostas.

O corpo dos artrópodes é revestido externamente por uma “armadura” ou esqueleto externo, chamado de exoesqueleto. Seu principal constituinte é a quitina, um polissacarídeo que forma uma camada resistente e flexível. Essa substância, além de conferir proteção mecânica, é também eficiente na defesa contra a desidratação nos animais terrestres, como nas aranhas e nos escorpiões, por exemplo.

Aranhas: características e reprodução

As aranhas possuem o corpo dividido em duas regiões: prossomo e opistossomo. Elas apresentam quelíceras, ou seja, estruturas envolvidas com a manipulação do alimento e, em muitas aranhas, com a inoculação de veneno.

Aranha na teia

A aranha é um animal invertebrado que possui quatro pares de patas (Foto: depositphotos)

Além de quelíceras, os aracnídeos [1] possuem ao redor da boca um par de pedipalpos, estrutura que pode atuar como órgão sensorial ou órgão de cópula no macho, e também pode ser usado na manipulação de alimentos.

As aranhas possuem apenas olhos simples. Não possuem antenas. Outra característica importante nas aranhas é a presença de quatro pares de pernas no prossomo. O opistossomo não tem apêndices locomotores.

Na região posterior e ventral do opistossomo das aranhas existem as fiandeiras, estruturas associadas a glândulas de seda, que produzem os fios de seda com os quais as aranhas tecem as teias.

Em relação a reprodução, as aranhas são animais de sexo separados, com fecundação interna e desenvolvimento direto. É frequente ocorrer entre as aranhas dimorfismo sexual, ou seja, uma mesma espécie de aranha macho e fêmea apresentarem características físicas diferentes.

Principais tipos de aranhas no Brasil

A seguir, os principais tipos de aranhas [2] no Brasil.

Ordem Araneomorphae

Ordem Mygalomorphae

As caranguejeiras são comuns na floresta Amazônica, pois são aranhas que preferem os locais quentes das zonas tropicais e subtropicais. Apesar de terem uma aparência assustadora, com muitos pelos (cerdas), elas não provocam acidentes graves.

Suas cerdas urticantes quando em contato com a pele humana podem nos provocar reações alérgicas como inchaço, coceira e vermelhidão.

Alimentação

As aranhas usam suas teias para captura de alimento. Normalmente se alimentam dos mais variados tipos de insetos [3] que ali ficarem presos.

Algumas aranhas também ingerem animais maiores, como sapos e lagartos. Quando conseguem alcançar presas desse tipo, elas inoculam várias vezes o seu veneno para assim, paralisá-los e comer tranquilamente.

Na maioria das vezes, as aranhas lançam enzimas digestivas sobre sua caça, com o intuito de “dissolver” a presa e facilitar sua absorção.

Quanto tempo vivem as aranhas?

Existe uma grande variação em relação ao tempo de vida das aranhas. Algumas aranhas vivem meses, outras vivem muitos anos. Essa variação está relacionada com o tipo de espécie.

Viúva negra na teia

A espécie viúva negra é comum no Brasil e pode viver até 3 anos (Foto: depositphotos)

A viúva negra por exemplo, vive de 1 a 3 anos. As aranhas maiores, como a aranha golias e a tarântula, podem viver até os 25 anos.

O exoesqueleto

O exoesqueleto [4] tem o inconveniente de limitar tanto a movimentação do animal quanto seu crescimento. No entanto, o exoesqueleto dos apêndices (como as patas, por exemplo) é dividido em várias seções por meio de membranas flexíveis, que permitem seu movimento.

O  problema do crescimento foi resolvido pelos artrópodes [5] da seguinte forma: periodicamente eles sofrem um fenômeno chamado de muda ou ecdise.

O exoesqueleto velho se rompe na parte de cima ou nas laterais do corpo, sendo abandonado pelo animal. No início, a nova “casca” é relativamente mole e permite que o animal cresça. Enquanto ela não endurece, o artrópode fica temporariamente desprotegido.

Aracnídeos

O grupo dos aracnídeos abrange principalmente as aranhas, os escorpiões [6] e os ácaros, incluindo os carrapatos. Este grupo compõe-se de indivíduos na maioria terrestres, vivendo sob pedras, troncos ou buracos no solo. Há espécies carnívoras, ectoparasitas e hematófagas.

Importância das aranhas

As aranhas nem sempre são nocivas. De modo geral, as aranhas possuem um importante papel ecológico. Esses animais controlam diretamente a população de insetos, mantendo um equilíbrio dinâmico nas relações existentes entre tais espécies, pois eles são suas presas favoritas.

Também são animais de grande importância médica, pois seu veneno é a matéria-prima para novos estudos e descobertas.

Outra importância é a sua teia. As teias das aranhas são de seda altamente resistente. Estudos ainda recentes indicam que a teia da aranha poderia ser utilizada para a confecção de coletes à prova de balas e também na criação de tendões e ligamentos artificiais, devido sua capacidade de resistência e elasticidade.

*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.