Por Prof. Nathália Duque em 29/04/2014 (atualização: 02/04/2019)

O ouvido é o órgão responsável por nossa audição. Esse órgão é divido em três regiões distintas: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.

Cada uma dessas regiões possui uma função muito importante. Isso porque, de acordo com as vibrações que acontecem em cada uma delas, o nosso sistema nervoso é ativado até que a mensagem chegue ao nosso cérebro e transforme essas vibrações em sons.

A audição é o resultado da conversão de ondas sonoras em impulsos nervosos que são enviados pelo nervo auditivo ao cérebro. Esse, por sua vez, interpreta os sinais, distinguindo os diferentes sons existentes.

Em seu trajeto até o cérebro, os estímulos sonoros percorrem as três regiões do ouvido – externa, média e interna.

A audição

Praticamente a audição surgiu a partir dos vertebrados, e o órgão da audição é o ouvido. Em sua grande maioria, os invertebrados não possuem o sentido da audição.

Ouvido de uma mulher

A audição é o resultado da conversão de ondas sonoras em impulsos nervosos (Foto: depositphotos)

Alguns apresentam órgãos mais relacionados ao equilíbrio do que à audição propriamente dita e esses órgãos podem estar localizados no abdome, no tórax, nas patas.

Alguns insetos produzem sons esfregando as patas contra as asas.

Audição nos vertebrados

  • Peixes: além da linha lateral que acusa vibrações da água e alguns sons emitidos por outros animais, os peixes apresentam o ouvido interno, o qual está mais relacionado ao equilíbrio do que à audição
  • Vertebrados terrestres: o ouvido possui a capacidade de amplificar os sons. Nos anfíbios, a membrana timpânica ou tímpano amplia o som e transmite as vibrações para o ouvido médio
  • Audição nos mamíferos: como vimos, nos mamíferos, o órgão responsável pela audição é organizado em três regiões distintas: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.

As partes do ouvido

O ouvido externo, que é a nossa orelha, é responsável por captar as ondas sonoras encaminhando este som pelo canal auditivo até que chegue ao tímpano.

As ondas sonoras são concentradas nessa parte do ouvido e é nessa região que encontramos a membrana timpânica e as glândulas sebáceas, que são responsáveis pela secreção de cera.

O ouvido externo é formado pelo pavilhão da orelha e pelo canal auditivo externo. É fechado internamente pelo tímpano.

O ouvido médio começa no tímpano, que é dividido em três ossículos: o martelo, a bigorna e o estribo. Essa parte é responsável por captar as vibrações que ocorrem na membrana timpânica e conduzi-las até a orelha interna.

Ainda nessa região, existe um canal chamado tuba auditiva, que é responsável pela regulação da pressão em nosso ouvido.

O ouvido médio tem um formato de caixa e comunica-se não apenas com o ouvido interno, mas com a faringe também. Essa comunicação acontece através da tuba auditiva ou trompa de Eustáquio.

O ouvido interno se localiza no osso temporal, em nosso crânio. É neste local onde se encontram as células que captam as vibrações sonoras e encaminham os estímulos nervosos para o cérebro.

No ouvido interno está situado o labirinto, abrange o vestíbulo e a cóclea ou caracol. Na cóclea estão presentes estruturas que permitem a percepção dos sons e ruídos, chamados órgãos de Corti.

Do ventrículo sai o nervo vestibular, que vai terminar no cerebelo. Da cóclea sai o nervo coclear, que vai ao cérebro. Em certo ponto os dois se juntam e formam o nervo acústico.

Como captamos o som?

Você já parou para pensar em como o som é captado pelos nossos ouvidos? Imagine que você está falando com alguém, ao falar são emitidas ondas sonoras que são captadas pelo pavilhão auricular e são transmitidas até o interior do ouvido.

Essas ondas sonoras produzem uma vibração que entra pela orelha externa causando uma vibração no tímpano. Essa vibração é transmitida para os três ossículos que compõem o ouvido médio (o martelo, a bigorna e o estribo) até chegar ao ouvido interno, fazendo com que o líquido da cóclea comece a se movimentar.

Dentro da cóclea as células ciliadas, também conhecidas como células sensoriais, transformam as vibrações em impulsos nervosos. Esses, por sua vez, são enviados até o córtex cerebral onde a informação é processada e assim entendemos os sons.

Cuidados

É necessário termos cuidado com nossos ouvidos, pois problemas nessa região podem ocasionar a perda auditiva total ou parcial.

Há vários fatores que causam a perda da audição, alguns deles podem ser hereditários (de ordem genética), outros podem ser devido à infecções, envelhecimento ou até mesmo excesso de som alto.

Quando é hereditário fica mais complicado encontrar uma forma de reverter o problema, já nos casos de infecções o ideal é que se previna.

Quanto aos cuidados no envelhecimento, basta ter hábitos saudáveis e se cuidar. Pois pessoas que têm problemas de pressão, colesterol e diabetes tendem a ter uma facilidade maior em perder a audição.

O som alto, o ruído das grandes cidades e o barulho excessivo também podem comprometer a saúde dos nossos ouvidos.

De acordo com as leis do nosso país, é aconselhável que o ruído em áreas residenciais seja de até 55 decibéis no horário diurno e 50 decibéis no noturno. A partir dos 125 decibéis, o som pode provocar dor e até mesmo o rompimento do tímpano.

Deve-se evitar ouvir músicas em fone de ouvido muito alto, pois tem crescido cada vez mais o número de pessoas com problemas auditivos.

Audição e o equilíbrio

Você sabia que existe uma relação entre a audição e a capacidade que temos de equilíbrio? Além do sentido da audição, o nosso ouvido é responsável pelas sensações de equilíbrio do corpo e orientação espacial.

Tudo isso graças a receptores específicos sensíveis aos movimentos da cabeça presentes no vestíbulo, um minúsculo dispositivo localizado no labirinto.

O labirinto é um complexo sistema de tubos que constitui a estrutura do ouvido interno, reunindo os órgãos funcionais da audição e do equilíbrio.

Os movimentos da cabeça provocam deslocamento do líquido existente nessas estruturas, estimulando as células sensoriais. Esse estímulo é enviado ao cérebro pelo nervo vestibular e lá é decodificado com informações importantes a respeito da posição do corpo.

*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

SOUSA, Maria da Glória Canto de; RUSSO, Iêda Chaves Pacheco. “Audição e percepção da perda auditiva em idosos“. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol, v. 14, n. 2, p. 241-246, 2009.

BANKOFF, Antonia Dalla Pria; BEKEDORF, Rafael. “Bases neurofisiológicas do equilíbrio corporal“. Efdeportes.[periódico on line], 2007.