O canibalismo é o nome que recebe o ato de um indivíduo matar e comer o outro de sua mesma espécie. A relação ecológica chamada de canibalismo é intraespecífica e desarmônica. Apesar de se tratar de uma relação natural em algumas espécies, ou seja, uma relação ecológica, existem situações extremas que podem fazer com que outras espécies adotem a prática de forma “não natural”.
Quem pratica
Algumas espécies de animais, como é o caso das aranhas viúvas-negras, além de outras, escorpiões e louva-deus, praticam o canibalismo após o acasalamento. Nesses três casos, a fêmea devora o seu parceiro. Existem ainda peixes que se alimentam dos alevinos da mesma espécie.
Causas
Existem muitos motivos que levam os animais de diversas espécies a praticar o canibalismo, mas entre essas causas, destacam-se a supremacia reprodutiva, necessidade de obter uma reserva de proteínas para o desenvolvimento dos embriões – esse é o caso das fêmeas que devoram os parceiros, por exemplo –, além da rivalidade, que pode ser causada por escassez de alimentos ou pelo aumento excessivo da população da espécie.
Esse caso do aumento das espécies pode ser observado em ratos almiscarados. Quando aumenta a população a ponto de não terem mais lugares para construir ninhos, os machos começam a matar e se alimentar das fêmeas e dos filhotes indefesos.
Essa situação também se aplica aos caranguejos-aranha, de nome científico hyas araneus, que devoram os indivíduos mais jovens, que ainda tem a carapaça mais mole.
Canibalismo intrauterino
O canibalismo intrauterino acontece no caso de algumas espécies de tubarões, como é o caso do tubarão-anequim, tubarão-anequim-de-barbatanas-compridas, tubarão-mangona e tubarão-touro. Os embriões mais fortes devoram os que são mais fracos, além dos ovos que não foram fecundados.
Canibalismo em espécies não-canibais
Algumas espécies não-canibais praticam o canibalismo em determinadas situações, como mencionado anteriormente. Como exemplo, podemos citar o caso de pintinhos ou porcos que são criados para o abate, que quando tem infraestrutura ou manejo inadequado, podem vir a cometer o canibalismo.
Canibalismo em humanos
O canibalismo entre humanos, denominado antropofagia, foi uma prática aceita culturalmente em tribos indígenas e astecas das Américas, da África e de algumas ilhas do Pacífico Sul. Porém, depois da colonização, a prática foi abandonada em sua maioria.
Existe, no entanto, alguns casos que deixam o mundo todo impressionado: assassinatos seguidos de canibalismo. Mas a prática pode ainda ser usada em casos diferentes, como foi o caso de 1972, em que 16 pessoas sofreram um acidente em um avião uruguaio que caiu na Cordilheira dos Andes. Os sobreviventes, sem opção para sobreviver, alimentaram-se da carne dos passageiros mortos em decorrência da queda do avião. O resgate somente aconteceu 71 dias após o acidente, de forma que a antropofagia salvou suas vidas.