Por Débora Silva em 14/10/2014

O período da história do Brasil em que a extração e exportação do ouro dominavam a economia da colônia é chamado de “ciclo do ouro”. Este período prevaleceu durante os primeiros 60 anos do século XVIII, quando a produção começou a decair por causa do esgotamento progressivo das minas das regiões exploradas nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Ciclo do Ouro no Brasil

Foto: Reprodução

Como foi o início do ciclo do ouro?

No final do século XVII, as exportações do açúcar brasileiro, que era produzido nos engenhos do Nordeste do país, começaram a diminuir e Portugal procurou por novas fontes de renda, já que eles lucravam muito com as taxas e impostos cobrados na então colônia brasileira.

Neste contexto, no final do século XVII, os bandeirantes deram início à busca e exploração de minas de ouro em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Os reis de Portugal, D. Afonso VI e D. Pedro II, pediram aos bandeirantes que explorassem a região de Minas Gerais, oferecendo títulos e honrarias em troca disso.

Na década de 1670, deu-se início às primeiras bandeiras no território do estado de Minas Gerais, destacando-se o “caçador de esmeraldas” Fernão Dias Pais.

O auge do ciclo do ouro aconteceu durante todo o século XVIII, provocando uma “corrida do ouro”, em que brasileiros de todas as áreas, além de portugueses, migraram para as regiões auríferas, em busca de um rápido enriquecimento. No entanto, apenas os grandes proprietários rurais e grandes comerciantes conseguiram investir neste mercado, pois eram necessários altos investimentos em mão-de-obra (na época, escrava), equipamentos e terrenos.

A cobrança dos impostos

A coroa portuguesa lucrava com a cobrança de taxas e impostos e, ao longo dos anos do ciclo do ouro, os tipos de taxação cobrados pela metrópole foram os seguintes:

  • Os quintos do ouro: Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição, um órgão do governo português. O ouro era derretido e transformado em barras, com o selo da coroa portuguesa, e eram retirados 20% (um quinto) para ser enviado a Portugal.
  • A Capitação: Esta taxa prevaleceu por 16 anos, no período de 1734 a 1750, e era o imposto cobrado sobre escravos e pessoas livres que trabalhassem por conta própria, com as próprias mãos, e também sobre as lojas, vendas e comércios em geral.
  • A derrama: Era frequente o não pagamento integral do quinto e, por isso, a coroa portuguesa estabeleceu a derrama, que é a prática de cobranças de valores – com o confisco de bens e objetos de ouro – para atingir a meta estipulada pela metrópole.