Os seres vivos vivem em constante relação uns com os outros no meio ambiente [1].
As relações ecológicas [2] em uma comunidade podem ser divididas em duas categorias:
- Relações intraespecíficas: quando ocorrem entre indivíduos da mesma espécie.
- Relações interespecíficas: quando ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.
O comensalismo se encaixa nas relações interespecíficas.
3 exemplos de comensalismo
Rêmora e outros peixes
A rêmora ou peixe-piolho prende-se ao corpo de outros peixes, como o tubarão, por meio de uma nadadeira dorsal transformada em ventosa de fixação.
Com isso, obtém restos de comida e um eficiente meio de transporte. Outros seres que estabelecem esse tipo de relação são, por exemplo, o peixe-piloto, que acompanha tubarões [3] e aproveita os restos alimentares desses predadores.
Peixe-agulha e pepino-do-mar
Alguns animais aquáticos [4], como as esponjas e as colônias de corais, servem de abrigo a diversos outros seres, chamados inquilinos.
Estes não prejudicam de nenhum modo o animal que os abriga e têm até mesmo hábitos alimentares diferentes. É o que ocorre com o pepino-do-mar, um equinodermo, em cujo interior o peixe-agulha, ou fierásfer, se refugia.
Epífitas e árvores
Entre os vegetais de pequeno porte, a competição pela energia luminosa favorece aqueles que vivem sobre árvores e conseguem, assim, uma posição privilegiada para captar a luz do Sol.
Essa interação é chamada de epifitismo. As plantas que fazem outras de suporte são chamadas epífitas, como as orquídeas e as bromélias. As epífitas não devem ser confundidas com plantas parasitas, como o cipó-chumbo, pois não retiram nenhum alimento das árvores em que vivem.
O que é comensalismo
Quando duas espécies se associam e apenas uma delas se beneficia, sem haver prejuízo para a outra, essa interação é chamada comensalismo (do latim cum = com; mensa = mesa; ismo = costume).
O benefício pode ser:
- Alimentação: que ocorre quando uma espécie usa os restos alimentares da outra (comensal é cada um dos que comem à mesma mesa).
- Transporte de uma espécie por outra: que recebe o nome especial de foresia ou forésia (do grego phoresis = ação de levar).
- Refúgio: quando uma espécie usa outra como abrigo, situação conhecida como inquilinismo.
- Fixação: servir de suporte para fixação de uma planta – epifitismo (do grego epi = sobre; phyton = planta) – ou de um animal – epizoísmo (do grego epi = sobre; zoon = animal).
Comensalismo e inquilinismo
O comensalismo, assim como o inquilinismo, é uma associação interespecífica, na qual uma das espécies leva vantagem, sem prejudicar a outra.
O comensalismo ocorre em função do alimento, e a espécie beneficiada recebe o nome de comensal e alimenta-se dos restos deixados pela espécie hospedeira.
No inquilinismo geralmente uma espécie busca proteção ou abrigo na outra.
Exemplos de inquilinismo: o pássaro tuim aproveita o buraco na árvore feito pelo pica-pau, para construir seu ninho. Um pequeno peixe chamado fierásfer aloja-se no corpo do pepino-do-mar para se proteger.
- O comensalismo é um tipo de relação interespecífica.
- No comensalismo, apenas uma das espécies se beneficia, sem haver prejuízo para a outra.
- A rêmora presa ao corpo de um tubarão-tigre é um exemplo de comensalismo.
- No comensalismo, normalmente, o benefício é alimentar ou de transporte para uma das espécies.
- No inquilinismo, o benefício é de abrigo e proteção.
Exercícios resolvidos
*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Referências
» PINTO-COELHO, Ricardo Motta. Fundamentos em ecologia. Artmed Editora, 2009.
» MOREIRA, Catarina. Interações Ecológicas. Revista de Ciência Elementar, v. 3, n. 1, 2015.