O estudo dos sinais de pontuação é um dos importantes conteúdos da gramática normativa da língua portuguesa. Em sua “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, o gramático Domingos Paschoal Cegalla afirma que a finalidade dos sinais de pontuação são três: assinalar as pausas e a entonação na leitura; separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas; esclarecer o sentido da frase, afastando possíveis ambiguidades.
De acordo com o gramático, não existe uniformidade entre os escritores quanto ao emprego dos sinais de pontuação. Dessa maneira, apenas é possível traçar as normas que o uso geral vem utilizando na atual língua escrita.
Usar a pontuação de forma correta ajuda na compreensão do texto e na clareza das ideias expostas. Neste artigo, estudaremos o uso do ponto e vírgula.
Regras gerais para o uso do ponto e vírgula
Ponto e vírgula – representado pelo símbolo ; – é o sinal de pontuação intermediário entre o ponto e a vírgula. Indica uma pausa mais longa que a vírgula e mais breve que o ponto. Esse sinal de pontuação pode indicar enumeração nas orações ou separar frases que não se completam.
De acordo com o gramático Cegalla, o ponto e vírgula é empregado principalmente:
1) Para separar orações coordenadas de certa extensão no desenvolvimento das ideias.
Confira o exemplo a seguir, retirado da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”:
“Astrônomos já tentaram estabelecer contato com seres extraterrestres; suas tentativas, porém, foram infrutíferas.”
2) Para separar os itens de um artigo de lei, de um regulamento.
Exemplo:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
3) Em enumerações do tipo:
“Destacaram-se, na Conjuração Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado Tiradentes; o poeta Cláudio Manuel da Costa, autor do poema épico Vila Rica; o poeta Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu; o desembargador Inácio Alvarenga Peixoto e o padre Luís Vieira da Silva, em cuja biblioteca se reuniam os conjurados.”
O exemplo acima também foi retirado da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, de Domingos Paschoal Cegalla.
O ponto e vírgula também pode ser empregado nas seguintes situações:
a) Para separar orações coordenadas que se contrabalançam.
Exemplo: Muitos se esforçam; poucos conseguem.
b) Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, todavia etc.)
Exemplo: Gostaria de sair hoje; porém, só sairei amanhã.
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).