Por Débora Silva em 06/03/2017

A concordância é um dos temas que nós vemos ao estudarmos a Gramática Normativa da Língua Portuguesa e diz respeito ao princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam com os termos dos quais dependem.

Neste artigo, veremos como se dá a concordância verbal, na qual o verbo concorda com o sujeito da oração em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª).

As regras da concordância verbal

Podemos dizer que são duas as regras gerais da concordância verbal:

Como se dá a concordância verbal? Aprenda com exemplos

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1) No caso de sujeito simples, o verbo concorda com ele em pessoa e número.

Exemplos:

-Os estudantes esforçam-se para compreender a matéria.
-“Eu canto porque o instante existe” (Motivo – Cecília Meireles)

2) No caso de sujeito composto, o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver preferência, observando a seguinte escala:

– A 1ª pessoa tem preferência às 2ª e 3ª;
– Se não existir a 1ª pessoa, a 2ª pessoa tem preferência à 3ª;
– Se não houver 1ª e 2ª pessoas, o verbo assume a forma da 3ª pessoa.

Exemplos:

-Ele e eu reatamos o laço amistoso que nos alegrava. (3ª + 1ª = 1ª plural)
-Tu e ele reatastes o laço amistoso que nos alegrava. (2ª + 3ª = 2ª plural)
-Ele e ela reataram o laço amistoso que os alegrava. (3ª + 3ª = 3ª plural)

Casos especiais

1) Sujeito simples com expressão partitiva

Neste caso, são duas as possibilidades:

– O verbo fica no singular e concorda com substantivo na expressão partitiva;
– O verbo vai para o plural e concorda com o substantivo ou pronome que segue a expressão partitiva.

Exemplos:

-A maioria dos jovens gosta de navegar na Internet.
-A maioria dos jovens gostam de navegar na Internet.

Embora as duas possibilidades sejam permitidas, é importante ressaltar que é preferível utilizar a concordância verbal no singular.

2) Sujeito composto

No caso de sujeito composto após o verbo, ele pode concordar no plural ou com o núcleo mais próximo.

Exemplos:

-Nada sabemos sobre a novela eu e você.
-Nada sei eu e você sobre a novela.

3) Formado por palavras em gradação ou enumeração

Neste caso, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.

Exemplos:

-Uma brisa, um vento, um tufão varreu a cidade.
-Uma brisa, um vento, um tufão varreram a cidade.

4) Concordância verbal com coletivos

Os coletivos transmitem noção de plural, pois nomeiam um agrupamento de seres da mesma espécie. Assim, quando o núcleo é um coletivo, a concordância verbal fica no singular.

Exemplo:

-Um bando de presos fugiu da cadeia.

5) Pronomes relativos “que” e “quem”

No caso do pronome relativo que, o verbo concordará com o antecedente.

Exemplos:

-Fui eu que fiz o bolo.
-Fomos nós que fizemos o bolo.

Já com o pronome relativo quem, recomenda-se que a concordância seja feita na 3ª pessoa do singular.

Exemplo:

-Fui eu quem fez o bolo.

 

*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).