Por Lia Vieira em 09/06/2015

A Confederação do Equador foi um movimento político, revolucionário e emancipacionista que ocorreu no Nordeste do Brasil, durante o período imperial, no ano de 1824. A revolta almejava a criação de um estado independente, uma própria Confederação, com capital em Recife e possuindo como território o equivalente à antiga província de Pernambuco, desmembrada após a Revolução Pernambucana de 1817. Ficou conhecido por esse nome devido à proximidade da região do conflito com a linha do equador.

Como ocorreu?

No início do século XIX, a província de Pernambuco estava dividida entre os que apoiavam o domínio dos portugueses no Brasil e os que desejavam vê-los fora do poder.

Os donos dos engenhos de açúcar, apoiavam os portugueses, em função de terem o pressentimento de que os ideais liberais abolicionistas ameaçariam suas propriedades.

Já a aristocracia ligada ao algodão, desejava ver-se livre da influência portuguesa predominante, pois queriam autonomia para suas transações econômicas a partir da abertura dos portos.

Dentro deste cenário, dividiam-se ideais abolicionistas e republicanos, e diversas revoltas eclodiram na região. Dois movimentos marcaram as províncias rebeldes da Confederação do Equador:

– Revolução Pernambucana, do ano de 1817;
– Movimento Constitucionalista, do ano de 1821, que levou à declaração da Independência do Brasil, no ano de 1822.

Confederação do Equador

Foto: Reprodução

Após independência do Brasil, portugueses continuavam a ter poder

O polo de poder na época era centralizado no Rio de Janeiro, sede do império, e todas as províncias eram subordinadas, no entanto desejavam mais autonomia em relação ao governo do imperador Dom Pedro I.

Mesmo com a independência, os portugueses continuavam a ter muito poder nas decisões das províncias nordestinas. Em Pernambuco, formou-se um governo provisório e fiel ao imperador, a Junta dos Matutos, que em 1824 foi deposta.

Dom Pedro I nomeou Francisco Pais Barreto para assumir o governo da província, mas Manuel Carvalho Pais de Andrade já havia sido eleito pelos representantes do comércio local, da agricultura e do clero, se tornando este o ponto inicial do conflito entre o governo imperial e a província de Pernambuco.

A queda dos confederados

Francisco Pais Barreto é, então, recusado pelos pernambucanos como governador e, em resposta, Dom Pedro I mandou forças navais, que bloquearam o porto de Recife.

Manuel Carvalho Pais de Andrade lançou um manifesto abolicionista e o movimento passou a conquistar as camadas populares. O bloqueio naval foi suspenso e as reivindicações ganharam força de províncias vizinhas, como as do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que viviam em situação parecida à de Pernambuco. Surgiu a Confederação do Equador, com Manoel de Andrade na chefia de um governo independente. A repressão do governo central não tardou e vários líderes da rebelião, como Frei Caneca, foram enforcados ou fuzilados, enquanto outros, como Cipriano Barata, acabaram presos.