História

Coronelismo

Provavelmente quando estudava a República Velha você se deparou com o termo coronelismo, mas se não entendeu direito do que se trata, fique tranquilo, pois aqui ficará tudo explicado. A República Velha aconteceu entre os anos de 1889 e 1930, e nesse período foi muito comum o sistema conhecido como coronelismo, nome que vem do fato de a política ser, na época, comandada e controlada pelos coronéis, que era como chamavam os ricos fazendeiros.

Coronelismo

Foto: Reprodução

Como surgiu?

Durante o período regencial, houve uma grande incidência de revoltas e levantes que acabaram ampliando os poderes dos proprietários de terras de forma que foi criada a Guarda Nacional. Esta objetivava a reformulação dos quadros militares do país excluindo os militares que não eram fiéis ao império. Houve o uso de forças policiais para manter a ordem e isso fazia dos coronéis autoridades praticamente inquestionáveis.

As pessoas passaram a ser obrigadas a votar em um determinado candidato, escolhido pelo coronel e, aqueles que se negassem a votar neste candidato eram perseguidos e violentados. O processo eleitoral, neste período, foi marcado por corrupção e voto de cabresto, que será explicado a seguir.

Quais as características do coronelismo?

O sistema eleitoral, durante a República Velha, era muito frágil, sendo facilmente manipulado. Isso fez com que coronéis comprassem votos para seus candidatos, ou ainda trocassem os votos por alimentos, sapatos, vestimentas, entre outros objetos importantes para a população. O voto era aberto e, para ter um controle das pessoas cujos votos foram comprados, os coronéis mandavam capangas para intimidar os eleitores. Esse processo ficou conhecido como voto de cabresto. Essas regiões em que os coronéis atuavam no controle dos votos e da política ficaram conhecidas como currais eleitorais. Além disso, os coronéis também cometiam fraude eleitoral, alterando fotos, sumindo com urnas e patrocinando o voto fantasma – ou seja, a falsificação de documentos para que as pessoas pudessem votar mais de uma vez.

Além disso, existia ainda a política do café com leite – São Paulo, produtor de café e Minas Gerais produtor de leite, eram os estados mais ricos do país – fazendo com que os dois estados envolvidos mantivessem o poder central. A política dos governadores também acontecia: era quando os governadores dos estados do Brasil faziam acordos com o presidente para governarem de forma tranquila, sem fazer oposição e recebendo verbas federais.

O fim

O coronelismo perdeu espaço com a modernização dos espaços urbanos e com a ascensão dos novos grupos sociais entre as décadas de 1920 e 1930, mas mesmo com o seu fim, algumas das práticas comuns no período permanecem até os dias de hoje: trocas de favores e compra de votos, por exemplo.