Por Natália Petrin em 28/01/2015

A cultura, durante o período da República Velha no Brasil, assim como era durante a monarquia, era um benefício para poucos, somente a elite tinha acesso. Nessa época, o país passava por muitas mudanças deixando de lado as características puramente rurais para começar a crescer em centros urbanos. A maioria da população, no entanto, continuava sem instruções, uma vez que a arte e a cultura não chegavam até essa massa.

Muitos negros, ao final da escravidão, passaram a sair das antigas propriedades para buscar oportunidades de trabalho. Residindo em cortiços, organizavam comunidades para se ajudar e acabavam vivenciando manifestações artísticas diversas. Foi nessa época em que o samba, o maxixe e o choro ganharam forma e espaço em festas realizadas nas chamadas casas das tias.

Política

Além disso, o país recebia também europeus que fugiam das consequências da Primeira Guerra Mundial, buscando ocupar vagas de trabalho em indústrias das grandes cidades. Estes trouxeram seus valores e pensamentos políticos, disseminando seus ideais de luta ao se depararem com as situações de injustiça do Brasil.

Arte e literatura

Cultura no período da República Velha

Tarsila do Amaral | Foto: Reprodução

Nesse período, predominava o pré-modernismo, onde alguns autores abrangiam temáticas relacionadas à situação brasileira. Entre esses autores da época, podemos citar Euclides da Cunha – Os sertões, que falava sobre a guerra dos canudos –, Lima Barreto – que na obra Triste Fim de Policarpo Quaresma falava sobre o major Quaresma –, e Monteiro Lobato – que em Urupês criou o Jeca Tatu, representando o povo brasileiro.

O movimento modernista que predominava na década de 1920 se rebelava contra o elitismo, e no ano de 1922, na Semana da Arte Moderna, este atingiu seu ponto mais alto. As artes eram marcadas por tendências europeias, principalmente francesas.

Educação

Não havia, naquela época, nenhum plano nacional de educação que visasse cuidar desse segmento, e isso fez com que passasse por sérios problemas. Existiam alguns intelectuais, no entanto, que mostravam-se preocupados com este segmento, como Olavo Bilac. A primeira universidade pública do país foi criada no ano de 1920, e recebeu o nome de Universidade do Rio de Janeiro.

Já com relação ao ensino básico, apesar de ser um dever dos estados, de acordo com a constituição de 1891, não estava disponível para todos. A Escola Normal existia na época com o objetivo de trazer o ensino pedagógico, mas não apresentava disciplinas como Psicologia e Metodologia, típicas na pedagogia. Nessa escola, apesar de a área ser abrangente aos dois sexos, predominavam as jovens burguesas, privilegiadas pelos estudos.