Por Prof. Nathália Duque em 28/03/2014 (atualização: 13/02/2019)

A dengue é uma doença infecciosa, febril, causada por um vírus, que é transmitido pela fêmea do mosquito chamado de Aedes aegypti. É considerada um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo.

O que é a dengue?

O mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue. Ele é de origem africana e chegou ao Brasil quando o país ainda era uma colônia.

Não só transmissor da dengue, esse mosquito também transmite outras doenças como a febre amarela. Esse inseto pica as vítimas durante o dia e coloca seus ovos em água limpa e parada. Ele apresenta várias pintinhas brancas pelo corpo, fazendo com que seja facilmente reconhecido.

Mosquito da dengue

O mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue (Foto: depositphotos)

O mosquito é típico de regiões urbanas de clima tropical e subtropical, com presença de calor e chuvas. As fêmeas costumam picar o ser humano no começo da manhã ou final da tarde. A fêmea deposita seus ovos em locais com água parada (limpa ou pouco poluída).

Modo de transmissão

A transmissão da dengue acontece através da picada do mosquito Aedes aegyptilembrando que somente as fêmeas são hematófagas, ou seja, alimentam-se de sangue. Portanto, somente elas transmitem o vírus. Sendo assim, esses insetos são os vetores da doença.

Os tipos de dengue

Quando o mosquito da dengue está contaminado com o vírus da doença e pica uma pessoa, a pessoa pode apresentar desde uma dengue inaparente, quando a pessoa está doente e não tem nenhum sintoma, ou a dengue hemorrágica, que pode levar a pessoa à morte.

Sintomas da dengue

Dengue clássica

Na dengue clássica (cerca de 95% dos casos), geralmente o doente apresenta os seguintes sintomas: dores de cabeça; dores nos músculos e nas articulações (juntas); dores na barriga; dores nos olhos; indisposição; enjoos; vômitos; falta de apetite; manchas vermelhas por toda pele e pequenos sangramentos. Raramente é fatal.

Dengue hemorrágica

Na dengue hemorrágica os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue clássica, porém, depois que a febre começa a ceder, a pessoa passa a apresentar queda acentuada de pressão arterial devido a hemorragias, que podem causar a morte.

É importante não ingerir remédios à base de ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

Diagnóstico

Para descobrir se a pessoa está ou não com a doença, deve-se procurar um hospital para atendimento médico.

Provavelmente o médico irá solicitar exames de sangue para verificar se há anticorpos que combatem o vírus causador da dengue, se houver, a pessoa está com a doença. Na dengue hemorrágica também é possível ver uma grande queda na quantidade de plaquetas.

Tratamento

Não existe nenhum tratamento ou remédio propriamente dito para curar a doença, apenas medicamentos que aliviam os sintomas, como a dor e a febre. Deve-se ingerir muito líquido. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol.

Prevenção

Lata com água

Para evitar a dengue, não deixe água parada em qualquer tipo de recipiente (Foto: depositphotos)

As prevenções que devem ser tomadas são muitas, a melhor forma de prevenir a doença é combater o mosquito da dengue.

As medidas que são tomadas são diversas, tais como: não deixar água parada em qualquer tipo de recipiente, pois é nessa água que a fêmea deposita seus ovos; para prevenir algumas pessoas colocam sal de cozinha, água sanitária e areia para não acumular água.

Outras formas de prevenções podem ser:

  • Não acumular água nas calhas
  • Não deixar as caixas d’água ou reservatórios sem tampa
  • Não deixar água parada em vasos, latas ou qualquer outro recipiente
  • Usar larvicidas e inseticidas para combater as larvas e os adultos desses insetos
  • Eliminar as poças d’água
  • As garrafas devem estar guardadas de boca para baixo
  • Manter os pneus protegidos da chuva
  • Substituir a água dos vasos por areia

Os ovos do mosquito da dengue sobrevivem a mais de um ano sem sofrerem nenhum dano. É ruim para nós, mas para o mosquito é vantajoso, pois seus ovos sobrevivem até que as chuvas propiciem condições favoráveis para que o ovo se rompa e inicie o seu desenvolvimento.

A dengue na gravidez

A dengue na gravidez é extremamente perigosa e de muito risco. Podendo ocasionar um deslocamento de placenta, devido a diminuição da coagulação sanguínea. A mãe pode vir a abortar o bebê ou ter um parto prematuro.

Além disso, a grávida com dengue pode ter outras complicações, tais como: falência dos rins, comprometimento do fígado, hemorragia e convulsões.

Em casos mais extremos, se a gestante tiver hemorragia, deverá ficar internada no hospital para receber transfusão de sangue, receber soro pela veia e fazer repouso.

Zica

É uma doença causada pelo Zica vírus, que é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e é responsável pela epidemia recente de microcefalia no Brasil.

Em relação à Zica também não há vacina ou tratamento específico. O foco está em aliviar os sintomas e inclui repouso, reidratação e paracetamol para febre e dor.

Chikungunya

A febre chikungunya, chamada em português de febre chicungunha, é uma doença provocada por um vírus, que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue.

É transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2004. Felizmente, não provoca complicações hemorrágicas, sendo, portanto, uma infecção menos fatal.

O vírus chikungunya pertence a Família Togaviridae.Os principais sintomas da chikungunya são: febre alta de início rápido, conjuntivite, dor de cabeça, dor muscular, manchas vermelhas na pele, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos.

Os sintomas se iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez.Não existe vacina ou tratamento específico para a chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para febre (paracetamol) e as dores articulares (anti-inflamatórios).

*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

CARVALHO, Clarissa Duarte Sales; DE SOUZA, Zaqueu Henrique. Reflexão acerca da incidência dos casos de Dengue, Chikungunya e Zica no Brasil. Anais Colóquio Estadual de Pesquisa Multidisciplinar (ISSN-2527-2500), v. 1, n. 1, 2017.

TEIXEIRA, Maria da Glória; BARRETO, Maurício Lima; GUERRA, Zouraide. Epidemiologia e medidas de prevenção do dengue. Informe epidemiológico do SUS, v. 8, n. 4, p. 5-33, 1999.

CASALI, Clarisse Guimarães et al. A epidemia de dengue/dengue hemorrágico no município do Rio de Janeiro, 2001/2002. Rev soc bras med trop, v. 37, n. 4, p. 296-9, 2004.