Por Débora Silva em 21/05/2014

Os processos de formação de palavras enriquecem o nosso vocabulário, já que os nossos textos, orais e escritos, seriam bem “fracos” caso só existissem as palavras primitivas (as palavras primeiras), não é?

Na Língua Portuguesa, há dois processos básicos de formação de palavras: a derivação e a composição. Quando uma palavra é formada por apenas um radical, diz-se que ela é formada por derivação; quando é formada por dois ou mais radicais, dizemos que ela é formada por composição.

Derivação imprópria

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Existem vários casos de derivação: derivação prefixal (acréscimo de um prefixo à palavra primitiva), sufixal (acréscimo de um sufixo à palavra primitiva), prefixal e sufixal (acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em diferentes momentos), parassintética (ocorre o acréscimo de um prefixo e de um sufixo simultaneamente), regressiva (a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo-se através desta redução, a palavra derivada) e imprópria (formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical). Já no caso da composição, a formação de novas palavras pode dar-se através da justaposição (nessa união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura) ou da aglutinação (na união, ao menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura).

Vamos conhecer melhor o processo de formação de palavras denominado “derivação imprópria”.

O que vem a ser “derivação imprópria”?

A derivação imprópria é a mudança de classe de palavra, dá-se esse nome à mudança de classe gramatical. Ocorre quando uma palavra, sem sofrer nenhum acréscimo (de prefixo ou sufixo), muda de classe gramatical, dependendo do contexto em que se encontra inserida.

Lembre-se de que não há modificação estrutural nas palavras, há apenas mudança em sua classe gramatical.

Observe os exemplos a seguir para que você possa entender melhor este processo de formação de palavras.

Exemplos de derivação imprópria

1)      O jantar está na mesa. (jantar = substantivo)

Todos estão prontos para jantar. (jantar = verbo)

2)      Vamos andar para nos distrairmos um pouco. (andar = verbo)

O andar daquele moço é firme. (andar = substantivo)

3)      Vamos olhar o preço do produto. (olhar = verbo)

Teu olhar mata mais do que bala de carabina/que veneno estriquinina/que peixeira de baiano (Adoniran Barbosa) (olhar = substantivo)

4)      Como é belo o fim de tarde nesta cidade! (belo = adjetivo)

O belo agrada aos olhos. (belo = substantivo)

5)      O jogador é muito alto. (alto = adjetivo)

Como aquele homem fala alto! (alto = advérbio)