Você já pensou em utilizar uma espécie de caderno para anotar os acontecimentos mais importantes do seu dia? O diário é um instrumento de produção de cultura utilizado no mundo inteiro, que serve para registrar as experiências cotidianas, situando-as no tempo.
Como você deve se lembrar, todos os textos – sejam eles orais ou escritos – possuem algumas características específicas que permitem a sua classificação em determinado gênero textual. O diário é um dos gêneros textuais que podemos encontrar na nossa vida cotidiana.
Quais são as características do diário?
O diário é um dos gêneros da chamada literatura autobiográfica, no qual são relatados acontecimentos cotidianos a partir de um ponto de vista pessoal. Trata-se de um texto escrito em linguagem informal, com o registro da data, e de caráter confidente, sendo que o(a) próprio(a) escritor(a) costuma ser o(a) destinatário(a).
No geral, o diário é escrito em primeira pessoa e, dependendo de sua função, pode ser utilizado como algo público, privado, comunitário ou pessoal.
Confira a seguir as características do gênero textual diário:
- O diário pode ser real ou fictício;
- Pode conter ou não assinatura;
- Apresenta a sinceridade de quem escreve o texto;
- Pode ser escrito em períodos curtos ou longos;
- As páginas apresentam a data em que o texto foi escrito;
- Texto em 1ª pessoa;
- Pode ou não ser dirigido a alguém;
- Diário pessoal: é formado por relatos íntimos que devem ser lidos apenas por quem escreveu o texto. Possui linguagem simples, cotidiana, sem preocupações literárias;
- Diário de ficção: é uma obra literária com o formato de anotações pessoais. Nele, o(a) autor(a) registra as experiências vividas no dia a dia.
Qual é a estrutura do diário?
Geralmente, um diário é formado pelas seguintes partes: vocativo, data, desenvolvimento e assinatura.
É bastante comum iniciar o texto com o vocativo “Meu querido diário”, pois não será direcionado a uma pessoa específica.
Exemplos de diário
Alguns modelos de diário são os seguintes: Caderno de Segredos (Lino de Albergaria), O Diário de Anne Frank (Anne Frank) e Vozes Roubadas (Zlata Filipovic).
Confira a seguir um trecho retirado de “O Diário de Anne Frank”:
“Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.”
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).