Por Katharyne Bezerra em 07/07/2015 (atualização: 10/07/2015)

Há palavras e frases na língua portuguesa que, se não fossem o contexto delas, isto é, o modo que se diz ou o resto da fala, nós não conseguiríamos entendê-las. Apesar de que, algumas expressões são tão utilizadas que já se tornou fácil saber o que elas querem dizer. Outras, porém, por não fazerem relação com o nosso dia a dia dificulta a compreensão.

Você nunca se perguntou como surgiram as expressões corriqueiras do nosso cotidiano? Onde eram utilizadas antes? Quem as inventou? Como vieram para no vocabulário da língua portuguesa? As respostas para essa pergunta e outras você confere aqui no Estudo Kids.

“Quero que você me explique tintim por tintim”

Quando a nossa mãe diz essa frase, coisa boa não fizemos! A expressão “tintim por tintim” tem duas origens que se relacionam. A primeira é que, de acordo com alguns especialistas, essa é a onomatopeia, isto é, o barulho que as moedas fazem umas sobre as outras. Outra significação possível de sua origem é que a expressão era usada para se referir a uma conta ou dívida que já foi paga moeda por moeda. Então quando sua mãe, ou qualquer outra pessoa pedirem para contar algo tintim por tintim, prepare uma boa e longa conversa, repleta de detalhes.

No português, há sempre expressões e neologismos que precisam ser entendidos

Foto: Reprodução/ internet

“Olha o passarinho!”

“Digam: X”, “Sorriam”, “Digam: X-buger”, essas e outras expressões surgiram após o famoso “Olha o passarinho”. Este último foi criado assim que a fotografia foi inventada na metade do século 19. Logo quando surgiu as câmeras fotográficas, elas não possuíam a praticidade de hoje em dia, pelo contrário. Os fotógrafos ficavam mais de 15 minutos na máquina para fazer uma única foto. O difícil, nesses casos, era fazer as crianças ficarem paradas todo esse tempo. Por essa razão, gaiolas com pássaros foram colocadas por trás dos fotógrafos e no “Olha o passarinho” a atenção da garotada era prendida.

“Depois do futebol, tomo um banho e fico novo em folha”

Para carregar as energias as pessoas tomam um bom banho, outras dormem aquele sono relaxante, tudo para ficar “novo em folha”. A expressão corresponde a folhas brancas, novas, sem amassados e bem limpinhas. Quando alguém está disposto, se recuperou de alguma doença ele usa essa expressão para designar que já está recuperado.

“Você é a ovelha negra da sala”

Se você já ouviu essa frase, então provavelmente você é o do contra, o diferente da turma. A expressão “ovelha negra” não é brasileira e não aparece apenas em países que possuem a língua portuguesa. Apesar de parecer algo ruim, pode ser considerado algo diferente, incomum. Na Antiguidade, os animais de cor preta eram considerados maléficos e assim serviam de oferenda para os deuses. Por isso, o hábito de chamar “ovelha negra” as pessoas que se diferenciam ou desagradam os demais.

“Você tá pensando que aqui é a casa de mãe Joana?”

No século 14, existia na Itália uma condessa chamada Joana, que viva envolvida em confusões. Com 21 anos ela regulamentou os bordéis de Avignon, e os locais ficaram conhecidos como “Casa de mãe Joana”. Esta expressão diz respeito a um lugar onde pode-se fazer tudo, liberado para qualquer um entrar, sem nenhuma organização e repleto de bagunça.

“O menino chegou de mãos abanando”

Tem coisa pior do que ir para um aniversário e não dá um presente ao aniversariante? É uma situação chata “chegar de mãos abanando”. A origem dessa expressão mais aceita está relacionada aos imigrantes que chegavam ao Brasil no século 19. Alguns vinham e consigo traziam ferramentas para o trabalho, outros, porém, vinham sem nada nas mãos, o que demonstrava preguiça ou comodismo.

“Só está faltando o voto de minerva”

Minerva, em romanos, é a deusa da sabedoria. Ela, em uma votação para decidir o futuro de Orestes- um homem comum-, desempatou o julgamento. Então, quando a expressão “voto de minerva” for usada é para indicar o “voto de desempate” ou um “voto de qualidade”.

“Nossa, aquele bêbado está com um bafo de onça”

A expressão “bafo de onça” é usada para se referir ao hálito de alguém que está alcoolizado ou de uma pessoa que possui um hálito ruim. Mas o que a onça tem haver? Ela é um animal carnívoro que, ao comer, se lambuza bastante. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata.

Os neologismos

Neologismo se refere a palavras ou expressões do nosso dia a dia que são inventadas. Exitem três tipos: o Semântico, Lexical ou Sintático.

  • Neologismo Semântico: A palavra já existe, mas quando é usada ganha um novo significado.

Ex: Estou a fim de Paulo (estou interessado).
César, não vai dar, deu zebra. (algo não deu certo).

  • Neologismo Lexical: Uma palavra nova é criada com um significado também novo.

Ex: deletar(eliminar),
abobado (aquele que é “bobo”, sonso).

  • Neologismo Sintático: É quando há uma derivação ou composição inexistente, mas e palavras que já existem.

Ex: “A não-informação conduz o homem à caverna”.
“João Paulo II reinventa a Igreja papalizando com êxito”.