Por Anna de Cássia em 25/08/2014

Se você alguma vez já leu um poema, então com certeza já teve contato com um eu lírico, mesmo não sabendo o que é. Às vezes, o poema é narrado por uma criança, outras por um adulto, algumas vezes por um homem, outras vezes por uma mulher, e todos esses poemas narrados por pessoas diferentes podem ser escritos pela mesma pessoa.

Eu lírico

Foto: Reprodução

O que é o eu lírico?

Quando um poeta está escrevendo um poema, ele não necessariamente escreve um poema sobre ele. Às vezes ele cria um personagem, totalmente diferente dele, para narrar o poema. E esse personagem criado pelo escritor é chamado de eu lírico.

Entendendo melhor o eu lírico

A palavra “lírico” é um gênero de poesia em que existe sentimentos. Geralmente, a poesia lírica possui muitas emoções, versos que contam da intimidade do coração de alguém. E não é do coração do escritor, mas sim do coração desse personagem que ele criou para narrar a história. Do coração do eu lírico.

Ou seja, o eu lírico é o que dá voz ao poema, ele é quem manifesta e expõe as emoções e sentimentos que podem ser percebidas nos versos.

Cuidado para não confundir o eu lírico com o poeta

Quando existe um eu lírico, o poema sempre precisa ser narrado em primeira pessoa (eu). Por este motivo, às vezes as pessoas leem um  poema e acham que ele está falando sobre a vida do poeta.

Quando um poeta escreve sobre sua vida e seus próprios sentimentos, então não existe eu lírico. Porém, às vezes, mesmo sendo contada uma história em primeira pessoa, os sentimentos não dizem respeito ao poeta, mas sim a um personagem criado por ele. Nesse caso nós podemos dizer que existe sim um eu lírico.

Veja um exemplo de poema com eu lírico

E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Bem mais e melhor que você
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer”.
(Chico Buarque de Holanda)

Neste poema podemos enxergar claramente que existe um eu lírico, pois o escritor é um homem, mas no poema quem está falando é uma mulher.