Por Débora Silva em 23/06/2015

A fisiocracia (do grego fisis = natureza e kratos = governo, isto é, “Governo da Natureza”) é uma teoria econômica desenvolvida por um grupo de economistas franceses do século XVIII, em oposição ao mercantilismo e um dos seguimentos do Iluminismo. É uma das primeiras vertentes teóricas que buscaram explicar o fenômeno do acúmulo de riquezas e baseava-se na afirmação de que a riqueza das nações era unicamente proveniente do valor de terras agrícolas, da agricultura.

Contexto histórico

No interior da atmosfera iluminista do século XVIII desenvolveram-se vários seguimentos intelectuais com a concentração em áreas específicas do conhecimento. A fisiocracia foi um desses seguimentos, sendo considerada a primeira escola da economia científica, antes da teoria clássica de Adam Smith.

As teorias da fisiocracia surgiram na França e alcançaram o ápice de popularidade durante a segunda metade do século XVIII. Inicialmente, esta teoria econômica foi proposta por Dupont de Nemours e Vincent de Gournay. No entanto, a teoria ganhou corpo com François Quesnay (1694-1774), médico da corte do rei francês Luis XV.

Em seu livro intitulado “Tableau Economique”, escrito no ano de 1758, Quesnay afirmava a inutilidade de se tentar modificar a ordem natural da sociedade através de leis e regulamentos governamentais, confirmando uma característica de sua teoria. O estado do laissez faire. O laissez faire, laissez passer (“deixe fazer, deixe passar”) sintetiza a ideia da não intervenção do Estado no sistema econômico.

Fisiocracia

Foto: Reprodução

A teoria

Os fisiocratas acreditavam que a agricultura era o verdadeiro e único modo de gerar riquezas, pois a mesma fornecia grandes lucros e exigia poucos investimentos. Desta forma, o que era proveniente da natureza, como os produtos agrícolas, minérios e matérias-primas, era mais essencial para a organização econômica e o enriquecimento das nações do que as atividades comerciais. De acordo com a teoria, pelo fato de a agricultura ser a única fonte de riquezas, deveria existir apenas um imposto que seria pago pelos proprietários de terra.

A fisiocracia dirigia suas críticas ao sistema mercantilista, no que se refere ao intervencionismo do sistema nas atividades econômicas e na oposição ao foco na riqueza do governante, no acúmulo de ouro ou no saldo da balança comercial.

Os teóricos do mercantilismo afirmavam que o valor dos produtos da sociedade era criado no seu ponto de venda, ou seja, o vendedor podia vender os produtos por mais dinheiro do que valiam “originalmente. Já a fisiocracia foi a primeira escola de economia a perceber o trabalho como a única fonte de valor.