Por Lia Vieira em 06/01/2015

Quando analisamos a trajetória da colonização do Brasil, encontramos um personagem ligado ao momento em que os holandeses invadiram o país, chamado de Domingos Fernandes Calabar. Ele era um proprietário de terras alagoano, que foi julgado por muitos anos pela historiografia, como sendo um execrável traidor, facilitando a instalação do domínio holandês em terras brasileiras, no período de 1630 e 1654, em Pernambuco.

História de Calabar e sua traição na colônia

Foto: Reprodução

 

Início da jornada de Calabar

Nasceu no final do século XVI, e viveu sob o amparo das imposições da administração colonial lusitana. Recebeu educação rigorosamente religiosa, de padres jesuítas, e seguiu até alcançar a condição de senhor de engenho.

Membro da elite colonial

No ano de 1630, enquanto os holandeses tentavam entrar no território pernambucano, Calabar, já era membro da elite colonial, e ingressou nas forças portuguesas, onde eram comandadas por Matias de Albuquerque. Como último serviço dado pela Coroa Luso-espanhola, foram organizadas, diversas guerrilhas que impediram a entrada dos holandeses no Brasil.

Calabar e sua insatisfação por falta de reconhecimento

Neste momento, Calabar vivia sobre grande insatisfação, com a falta de reconhecimento de seus líderes lusitanos. Também se encontrava indeciso em relação as recompensas financeiras que eram constantemente oferecidas pelos flamengos a todo aquele que ajudasse no projeto de dominação holandês.

Traição na colônia

Em 22 de abril de 1632, Calabar se alia ao inimigo, oferecendo informações que dariam importante vantagem aos holandeses contra os colonizadores. A ajuda de Calabar neste período é fundamental para que diversas regiões das capitanias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte fossem dominadas pelos holandeses. A colaboração de Calabar foi tão importante, que chegou a ser reconhecida e elogiada por líderes que lutavam do lado holandês.

Calabar se torna vítima de traição contrária

Quando participava de uma luta contra os lusitanos, na região de Porto Calvo (atual Alagoas), o nativo Sebastião do Souto se dirigiu ao lado holandês, onde jurou fidelidade e assim delatou a presença de um agrupamento de forças inimigas. Porém, a informação de Sebastião era falsa e fazia parte de um complô anteriormente armado contra os próprios invasores holandeses.

Emboscada cumpre seu objetivo

As forças holandesas foram derrotadas nesta batalha e o infiel Domingos Fernandes Calabar, foi capturado pelo lado que um dia defendeu. Foi acusado de traição, e alvo de um rígido processo judicial, que resolveu puni-lo com pena de morte. Em 22 de julho de 1635, Calabar foi submetido à forca, e teve seus restos mortais esquartejados e espalhados em praça pública, como forma de exemplo para a população local.