O iluminismo, ou Era da Razão, foi uma época de desenvolvimento e de valorização do conhecimento científico.
O ápice do iluminismo aconteceu no século XVIII, principalmente na França, e foi forte influenciador de outros movimentos importantes da história como a Revolução Francesa, a independência dos Estados Unidos e até mesmo a Inconfidência Mineira aqui no Brasil, que tinha sobretudo os ideais burgueses.
O que foi o Iluminismo?
O iluminismo pode ser lido como um resultado do renascimento, que aconteceu como oposição ao domínio de séculos da igreja católica na Europa em conjunto com o absolutismo.
Esse período histórico chamamos de Idade Média, também conhecido como Idade das Trevas, por ser um período em que o desenvolvimento científico não era visto com bons olhos, onde o poder da igreja se juntou ao poder do Estado, tornando os dogmas católicos absolutos.
Nada poderia ser explicado cientificamente, o pensamento livre era pecado e toda indulgência deveria ser paga para a igreja católica. Foi na Idade Média que a caça às bruxas aconteceu, tendo como objetivo o controle das mulheres e, principalmente, tirar das mãos das curandeiras o poder de cura, fazendo da igreja a única fonte de sabedoria.
O rei era, então, a grande figura centralizadora do Estado e dominava todas as áreas sociais, culturais e econômicas.
No renascimento, as ideias de que o homem era o centro do mundo começaram a se fortalecer, baseadas principalmente na cultura grega antiga.
O iluminismo foi um conjunto de ideias que buscavam a transformação da sociedade baseada no direito à liberdade.
No Iluminismo alguns filósofos que começaram a repensar o mundo tiveram destaque, entre os seus argumentos estavam: que o rei não poderia ter poder absoluto, a razão e a forma científica eram o principal modo de explicar o mundo, a religião não seria, portanto, a única forma.
Isso interferia diretamente na autoridade política da igreja, que também foi questionada pelos filósofos iluministas.
Característica do movimento iluminista
O iluminismo é caracterizado como um movimento de pensadores franceses do século XVIII que eram contra o poder absoluto dos reis, que defendiam o racionalismo em oposição à religião, e também o pensamento livre e a liberdade de expressão, tinham como lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Filósofos Iluministas
– Barão de Montesquieu (1689-1755): embora defendesse a monarquia, a sua teoria é de que ela não fosse absoluta, e que o poder fosse dividido entre legislativo, responsável por criar as leis, o judiciário, que seria responsável por julgar baseado nas leis, e o executivo responsável por executar as leis julgadas.
– Voltaire (1694-1778): foi o pensador que disse que o rei deveria garantir a igualdade de todos perante a lei, sem que os privilégios existissem. Esse filósofo também foi responsável por influenciar os chamados déspotas esclarecidos, ou seja, monarcas que governaram de acordo com princípios iluministas.
– Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): defendia a república como alternativa ao governo absoluto hereditário, ou seja, do governo passar de pai para filho. O poder seria escolhido através do sufrágio universal, que significa o direito de todo e qualquer cidadão, independe de renda e posição social, de votar. Além da igualdade perante a lei, Rousseau também acreditava na necessidade de uma igualdade social.
– Denis Diderot (1713-1784): foi um importante pensador que levantou duras críticas à corte francesa e que também foi o criador da enciclopédia, junto com outro pensador, d´Alembert. A criação da enciclopédia é um grande passo da sociedade em busca da emancipação do conhecimento.
Influência iluminista na política e na economia
No iluminismo, a burguesia toma força para reivindicar o seu poder político. A burguesia era constituída por proprietários de comércios e terras que possuíam dinheiro, mas não tinham status de nobreza e, portanto, não podiam requerer nenhuma decisão política no absolutismo.
O nome burguesia vem das vilas que eram a principal forma de troca comercial, que se chamavam “burgos”.
Entre os ideais iluministas, podemos destacar as que alavancaram os ideais burgueses, como o princípio de igualdade social e política, onde Voltaire, por exemplo, dizia ser importante a exclusão de privilégios da nobreza.
Essas ideias motivaram as revoluções que vão colocar o mundo na Idade Moderna, como a Revolução Francesa, motivada principalmente pela burguesia, que acabou com o poder monárquico.
No âmbito econômico também surgiu um outro tipo de política, a Fisiocracia, defendida por François Quesnay e Anne Robert Jacques Turgot. Para eles a interferência do Estado na economia não era apenas desnecessária, mas prejudicial ao bom funcionamento da mesma.
Outro nome importante da história que bebe na fonte iluminista e que se baseia nos ideais fisiocratas é Adam Smith, conhecido como pai do liberalismo econômico. Para ele, a economia está sujeita às leis naturais e, por isso, deve funcionar sem restrições e controle estatal. Adam Smith é a base para a economia que vivemos.
- O Iluminismo foi um conjunto de ideias culturais, políticas e sociais que romperam com a idade média.
- O Iluminismo aconteceu no século XVIII.
- O Iluminismo também é chamado de Era da Razão.
- No Iluminismo aconteceu o desenvolvimento e a valorização do conhecimento científico.
- Os principais filósofos pensadores da época foram: Montesquieu defendendo a tripartição dos poderes; Voltaire defendendo a igualdade política e Rousseau defendendo a igualdade social e o fim da monarquia.
Exercícios resolvidos
*Larissa Dutra é historiadora e professora, com formação pela UNESA do Rio de Janeiro.
Referências
» ANTISIERI, Dario; REALE, Giovanni. História da filosofia: Do romantismo até os nossos dias. São Paulo: Paulus, 1991.
» NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In.
» WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da Política, Vol. 1. São Paulo: Ática, 1991.