História

Invasões Bárbaras: ‘fugitivos’ de invernos rigorosos e da escassez de alimentos

Você com certeza já deve ter ouvido a expressão “bárbaro”, as vezes essa palavra é usada para falar sobre algo bom, como na frase “a festa de ontem foi bárbara”. Em outros casos é utilizada para expressar um sentimento ruim com relação a determinada situação, por exemplo: “ocorreu um crime bárbaro na avenida central”.

Em ambas as situações, não refletem o que realmente essa palavra quer dizer, ou, pelo menos, o que ela significava no passado. Ela existia para designar as pessoas que eram estrangeiras ao território romano, isto é, todas as pessoas que não nasciam em Roma e que não falavam o latim, nem tinham a mesma cultura e religiosidade dos romanos eram chamados de bárbaros.

Como ocorreram as invasões?

À época das guerras das conquistas, as fronteiras romanas se expandiram em direção ao continente europeu, nessas regiões o Império Romano comandava e explorava os povos que lá viviam. Em contraponto, os povos bárbaros vinham do extremo Norte da Europa ou do continente asiático em busca de localidades com um bom clima e um solo para plantação. Eram pessoas que fugiam de invernos rigorosos e escassez de alimentos, grupos que encontraram abrigo no Centro-Sul europeu, exatamente o coração do Império Romano.

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Temendo possíveis invasões e tendo conhecimento do colapso que viva o exército de Roma, os imperadores romanos tomaram algumas iniciativas a fim de amenizar o problema. Começaram então a realizar acordos com os povos germânicos, como também eram conhecidos os estrangeiros. Inicialmente, eles serviam como guardas das fronteiras, e tinha como responsabilidade a proteção do território romano contra mais imigrantes, em troca poderiam se estabelecer naquela região.

Esse modelo de defensiva não durou muito tempo, durante os séculos IV e V, comandados e incentivados pelos povos tártaro-mongóis (hunos), os bárbaros adiantaram o processo de invasão. Entre todos os germânicos envolvidos, estavam os visigodos, ostrogodos, anglo-saxões, francos, suevos e turíngios.

O Império Romano Ocidental sofreu várias perdas, o seu território foi todo invadido e novos reinos estrangeiros foram montados. Os povos chamados de francos conquistaram a porção norte da Gália, enquanto os burúngios, em 433, tomaram a região do rio Ródano. Já os anglos e saxões, promoveram juntos a conquista da ilha da Bretanha. O último controle da Península Itálica foi destituído em 476, quando os hérulos, comandados pelo rei Odoraco, tiraram Rômulo Augústulo, o último imperador desse que foi um dos maiores impérios da história.

Consequências das invasões bárbaras

É claro que na época das invasões e das perdas de território, a entrada de povos estrangeiros em terras de domínio romano repercutiu mal entre os imperadores. Mas, a mistura de culturas que esse período promoveu se tornou essencial para a formação das sociedades como hoje estão colocadas. As invasões bárbaras foram responsáveis pelo intenso intercâmbio cultural que modificou a formação ética, social, política, econômica, linguística e religiosa do mundo Ocidental.