Por Priscila Melo em 23/06/2014

O Brasil ao ser descoberto pelos portugueses chamou a atenção de outras nações, logo após essa descoberta os espanhóis chegaram para tentar ocupar e colonizar algumas regiões do nosso país. Mas e as outras nações? Nenhuma delas teve interesse nas riquezas naturais dessa nova colônia?

Os países europeus não entediam qual era o motivo que fazia com que apenas Portugal tivesse posse do território brasileiro. Os espanhóis conseguiram um pouco de espaço, mas e os outros países? A França, além de não concordar e questionar essa autoridade, planejava invadir o território brasileiro, com o objetivo inicial de conquistar e colonizar o litoral.

Invasões francesas no Brasil

Foto: Reprodução

O Tratado de Tordesilhas

Os franceses não concordavam com a existência do Tratado de Tordesilhas, um tratado que foi estabelecido entre o rei D. João II e os reis católicos. Neste tratado foi determinada a divisão do mundo em duas regiões, uma que era portuguesa e a outra espanhola.

E foi com essa contestação contra o tratado de Tordesilhas e a ambição por lucros e novas terras que Francisco I de França começou a planejar duas grandes navegações para invadir o litoral brasileiro.

As primeiras invasões

Desde o ano de 1500 os franceses faziam pequenas invasões no litoral, chegavam principalmente pelo litoral, conversavam com os indígenas e faziam acordos com eles para a extração de Pau Brasil. Os franceses passaram anos exportando o Pau Brasil para a Europa em navios com a ajuda dos indígenas.

Como estava indo tudo muito bem, os franceses acharam que poderiam arriscar um pouco mais, e começaram a planejar uma grande invasão. Nesta eles queriam conquistar completamente o litoral brasileiro e assim lucrar ainda mais com a extração do Pau Brasil.

A França Antártica

No ano de 1555, ocorreu a primeira tentativa de entrada no território brasileiro pelo litoral do Rio de Janeiro. Uma expedição de aproximadamente cem homens partiu em direção à Baía de Guanabara, estavam divididos em dois navios. Eram comandados por Nicolas Durand de Villegagnon.

Nesta invasão eles fundaram a França Antártica, lá os colonizadores franceses contaram com a ajuda das populações nativas para poderem se fixar no território. Eles ergueram o Forte Colignv, este nome foi em homenagem ao almirante Colignv. O almirante, junto a alguns outros seguidores eram protestantes calvinistas e alguns deles eram católicos que procuravam se refugiar nesta terra devido às perseguições ocorridas na França.

No ano de 1558,Villegagnon voltou a França depois de alguns problemas que ocorreram devido a indisciplina de alguns colonos que acabaram sendo executados ou expulsos das colônias.

Mem de Sá

Durante um bom tempo os franceses viveram na Baía de Guanabara dividindo as colônias portuguesas em duas partes, isso causou uma grande mistura quanto à língua e religião praticada pelos colonos.

Mas esta tentativa foi interrompida pelo terceiro Governador Geral do Brasil, Mem de Sá, os poucos franceses que sobraram procuraram abrigo junto aos índios, porém logo em seguida foram mortos por Estácio de Sá, o sobrinho de Mem de Sá. Todos esses conflitos aconteceram entre os anos de 1565 a 1567.

França Equinocial

O rei da França, Henrique IV, planejou a segunda invasão ao litoral brasileiro. Ele deu a Daniel de La Touche a tarefa de organizar a viagem de travessia do oceano a fim de conquistas algumas regiões do litoral.

Um tempo depois Henrique IV faleceu, porém a rainha Maria de Médicis deu continuidade aos planos do rei. No ano de 1612 os franceses chegaram à costa norte do Brasil e fundaram em uma ilha o Forte de São Luiz. E ao redor deste forte foi construído o povoado com o mesmo nome, onde hoje é a cidade de São Luís.

O governo-geral português, não contente com a invasão fez duas expedições para expulsar os franceses do Maranhão. Na primeira tentativa, liderada por Jerônimo de Albuquerque, não tiveram muito sucesso. Porém no segundo ataque, na Batalha de Guaxenduba, os portugueses tiveram êxito, e depois dessa derrota, os franceses não tentaram mais invadir o Brasil.