História

Mergulhando na história do Hino Nacional do Brasil

A letra do atual Hino Nacional Brasileiro foi escrito pelo memorável crítico literário, poeta, ensaísta e professor Joaquim Osório Duque Estrada, natural do Brasil.

Já o responsável por compor a canção foi o maestro, professor e compositor brasileiro Francisco Manuel da Silva. No início, a música havia sido composta para banda, porém mais tarde, em 1831, se popularizou devido os versos comemorativos à abdicação de Dom Pedro I, chegando até a ser classificado como “Hino ao 7 de abril”. Confira a seguir:

Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam;
Os monstros que o escravizavam
Já entre nós não vicejam.

(estribilho)
Da Pátria o grito
Eis que se desata
Desde o Amazonas
Até o Prata

Ferrões e grilhões e forcas
D’antemão se preparavam;
Mil planos de proscrição
As mãos dos monstros gizavam…

Hino no período Dom Pedro II

Após a oficialização de Dom Pedro II como imperador do Brasil, a letra da canção nacional sofreu alteração e, a partir de então, começava a ser considerada como Hino Nacional Brasileiro, apesar de ainda carregar menção a Pedro. Veja:

Negar de Pedro as virtudes
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora, o romper

Oficialização após a Proclamação da República

Um concurso foi estabelecido, durante a Proclamação da República, para que uma nova canção fosse eleita como hino. Venceu a elaborada por Leopoldo Miguez. Entretanto, contagiado pelo apelo popular, Marechal Deodoro da Fonseca oficializou o primeiro hino, enquanto que o composto por Miguez foi estabelecido como o da Proclamação da República. Confira abaixo um trecho do mesmo:

Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus.

Seja um hino de glória que fale,
De esperança de um novo porvir,
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir.

Dá que ouçamos tua voz
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas, na tempestade

Novo poema para o Hino

No ano de 1906 um novo concurso foi realizado para a eleição da letra mais adequada para o Hino. Joaquim Osório Duque Estrada teve o seu poema eleito, o qual foi adquirido como propriedade plena pelo presidente Epitácio Pessoa por meio do decreto 4.559, de 21 de agosto de 1922.

O Hino Nacional Brasileiro foi oficializado pela lei 5.700, de 1º de setembro de 1971, a qual foi publicada no Diário Oficial de 2 de setembro de 1971. A canção segue oficializada até os dias atuais.

Mergulhando na história do Hino Nacional do Brasil

Foto: Reprodução

Hino Nacional do Brasil

1ª parte

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

2ª parte

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao
som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida” no teu seio “mais amores.

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– Paz no futuro e glória no passado.

Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!