Por Katharyne Bezerra em 06/07/2015

Na natureza todos os animais, inclusive os racionais, isto é, os humanos, precisam uns dos outros. Há, então, relações de dependências dos seres vivos, e elas podem beneficiar apenas um lado da história e prejudicar o outro, mas também podem servir para ambas as partes. Nesse último caso, damos o nome de mutualismo.

De acordo com o dicionário Aurélio, mutualismo é o “sistema de associação assente nos princípios de ajuda recíproca entre os seus membros e de contribuição coletiva para benefício de cada um dos membros” ou a “associação de dois seres, animais ou vegetais, em que ambos tiram proveito da ligação”.

Isso quer dizer que no mutualismo, os animais têm uma relação em que um ajuda o outro. Nesse sentido temos dois tipos, o mutualismo obrigatório e o não obrigatório.

Mutualismo obrigatório

Também chamado de simbiose, essa relação é de total dependência por ambas as partes. Se um ser vivo não tiver o outro, eles não sobrevivem. Um exemplo dessa associação são os líquens, formados por algas ou cianobactérias e algumas espécies de fungos. O vínculo desses seres se dá através da ajuda que um tem do outro.

O fungo é responsável pela oferta de água e nutrientes retirados do meio para as algas, o que garante a sustentação e proteção dela. Em contrapartida, as algas fazem a fotossíntese e dão aos fungos a matéria orgânica extraída desse processo.

No mutualismo, os animais têm uma relação em que um ajuda o outro

Foto: Reprodução/ internet

Mutualismo não obrigatório

É encontrado quando os seres conseguem viver uns sem os outros, mas mesmo assim mantêm uma relação de ajuda que beneficia os dois. Esse tipo de mutualismo também é chamado de protocooperação.

Como exemplo dessa associação, podemos citar a anêmona-do-mar e o paguro, uma espécie de caranguejo. Geralmente, para se proteger dos perigos do mar, o caranguejo utiliza conchas vazias em seu corpo. Em algumas situações essas carapaças apresentam anêmonas por cima, o que garante ainda mais proteção ao caranguejo. Como se trata de uma relação onde as duas partes ganham, o paguro transporta a anêmona por todo o mar. Nesse caso, cada um deles podem viver sozinhos, mas o elo entre anbos os ajudam a viver de maneira melhor.

Outros tipos de mutualismo

Podemos dividir essa ligação de seres vivos de acordo com as características dos benefícios obtidos pelas espécies. Por essa razão, podem ser do tipo trófico, defensivo e dispersivo. Veja os exemplos e entenda cada um deles.

  • Mutualismo trófico: Nesse caso, parceiros são especializados em encontrar formas de complementar e obter substâncias que dão energia e nutrientes ao seu companheiro. Como exemplo, podemos citar as bactérias que vivem tranquilamente no rúmen dos bovinos e, em troca da proteção, ajudam os bois a digerir a celulose presente nos vegetais. Outro tipo que se enquadra nessa relação é a ligação dos cupins com um protozoário do gênero trichonympha, esse último também ajuda os comedores de madeira a digerir a celulose, em troca da proteção dentro do intestino dos cupins.
  • Mutualismo defensivo: Parceiros que são defendidos contra herbívoros, carnívoros e parasitas, e em troca recebem outro benefício. Você já viu pássaros em cima de bois? Naquela situação, as aves comem os carrapatos nos bovinos e ao mesmo tempo em que se deliciam, os bois ficam livres dos parasitas. Ou seja, bom para ambos os lados.
  • Mutualismo dispersivo: Esse, talvez seja o mais fácil de perceber, pois envolve animais polinizadores e plantas. Todo mundo sabe que as abelhas, borboletas e os beija-flores, por exemplo, são espécies que adoram viver nas plantas. Isso porque eles se alimentam do pó docinho que as flores possuem. A troca se dá no momento em que esses animais saem de uma planta para outra transportando o pólen. Da mesma forma ocorre com mamíferos, que ao comerem frutos, depositam as sementes das plantas em alguns pontos onde se dá a germinação.

Entenderam o que é mutualismo e como a natureza é esperta? Com essas relações todos os seres vivos conseguem viver de foma mais equilibrada e, por isso, melhor.