Geografia

O desenvolvimento do espaço industrial brasileiro

O processo de industrialização no Brasil começou a ser explorado como política de desenvolvimento econômica a partir da década de 1930. O fato veio como consequência da crise de 1929 que colocou fim ao ciclo do café. A consequência para o País foi devastadora, tanto que o brigou que o Governo Vargas tomasse uma atitude, estimulando a instalação de indústrias.

A idéia foi ganhando força a partir do lançamento do chamado Plano de Metas, na década de 1950, que acarretou para uma ampliação da produção industrial brasileira. Já no governo de Juscelino Kubitschek, o processo de industrialização foi ainda mais intensificado, visto que houve grande investimento na construção de rodovias, hidrelétricas e algumas outras obras de infraestrutura. Quem pegou carona nesse desenvolvimento foram as indústrias automobilísticas.

Fora isso, a industrialização no território brasileiro contribui, principalmente, para a rápida urbanização, bem como para as concentrações econômica, populacional, de infraestrutura e de investimentos financeiros.

Apesar do plano de interiorização dos investimentos por parte de alguns governantes estaduais, a o espaço industrial brasileiro caracteriza-se por ser amplamente concentrado, sobretudo no centro-sul do país. O destaque fica com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro que, juntos, abrigam mais da metade das indústrias instaladas no Brasil. Nessa divisão, o Nordeste aparece em menor escala.

O desenvolvimento do espaço industrial brasileiro

Foto: Depositphotos

O motivo pelo qual fez com que os investimentos fossem voltados para essas região veio devido as heranças econômicas e também políticas do país. Essas regiões, de um modo geral, possuem posição geográfica privilegiada e mais infraestrutura se comparada a outras localidades. Outro ponto que também contribui é o setor populacional, já que, juntos, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram grande parte da população brasileira.

A descentralização industrial

A partir da década de 1980, houve esforços governamentais que se preocuparam em desconcentrar a industrialização pelo restante do território nacional. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, as Unidades Federativas brasileiras ganharam maior autonomia política. Isso possibilitou que fossem criados modelos específicos para atrair investimentos para determinado estado, através da gerência territorial e incentivos diferenciados na tributação, com redução ou isenção de impostos.

Foi onde teve início um processo chamado de “Guerra Civil”, onde os estados passaram a brigar pela presença das indústrias em seus espaços. A falta de políticas de gerenciamento urbano trouxe consequências drásticas para as cidades, sobretudo para a população, pois foi aumentando o processo de favelização das cidades e a segregação urbana, resultando no aumento dos índices de violência.

O lado bom da história

O fator positivo de tudo isso é que, cidades com população entre 200 e 500 mil habitantes cresceram. Elas passaram a figurar na lista dos investidos por alguns motivos, entre eles, tributação menor e terrenos mais baratos. Além do mais, não estão a sujeitas a grandes congestionamentos, o que diminui consideravelmente o custo da produção. Outro fato que contribuiu, foi a melhoria da malha viária e o investimento do governo em políticas de incentivo a formação técnica e superior.