Por Robson Merieverton em 06/10/2016

Durante a Baixa Idade Média, mais precisamente no século XIV uma pandemia de peste negra, ou peste bubônica, assolou a Europa. Cerca de um terço da população européia da época, ou entre 25 e 75 milhões de pessoas, foram infectadas. Um dos principais responsáveis pela transmissão da doença foi à falta de higiene.

Proliferação da doença

A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas, ratos-pretos ou outros roedores. Esses animais chegavam até o território europeu por meio dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352. Eles se escondiam nos porões desses navios.

Devido à falta de estrutura de esgotamento sanitário, onde os esgotos corriam a céu aberto e o lixo se acumulava nas ruas, somado as condições precárias de higiene, não demorava muito para que os roedores se proliferassem.

O período da peste negra na Europa medieval

Foto: depositphotos

A doença não escolhia classe social ou cor, por isso chegou a atingir reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros.

A bactéria causadora da peste bubônica era a Pasteurella Pestis. Elas chegavam até o organismo humano por meio das picadas das pulgas, que se reproduziam com o aumento da população dos roedores. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.

Características da peste negra

Os primeiros sintomas apresentados por quem era portador da doença se manifestava nas axilas, virilhas e pescoço. Nesse locais, eram identificados várias bolhas de pus e sangue. Logo em seguida, o paciente começava a apresentar febre alta, complicações pulmonares e enjoos seguidos de vômito. Após poucos dias, os pacientes morriam.

Além da falta de higiene, um dos principais fatores para o crescimento da doença, era a falta de tratamento para com as pessoas contaminadas. Naquela época, os avanços da medicina caminhavam a passos largos.

Os poucos farmacêuticos que existiam eram impedidos de levar suas pesquisas a frente pela hegemonia da Igreja Católica. Os poucos que se arriscavam, quando identificados pela Igreja, eram acusados de bruxaria, sendo condenados a morte.

Epidemia

Relatos históricos apontam a força avassaladora que a doença acabou tendo. Em alguns casos, a quantidade de pessoas que chegavam a morrer era tão grande que faltavam caixões e espaço nos cemitérios. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.

A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais.

A peste negra foi a grande responsável pela epidemia do século XIV, durante o cerco à colônia genovesa de Caffa, na Crimeia (Rússia). Por lá, foram tantas pessoas mortas que tiveram de ser queimados em piras, já que não havia mão de obra suficiente para enterrá-las.

Constantinopla teria sido infectada na mesma época. Vários navios genoveses fugiram da peste, indo atracar aos portos de Messina, Génova, Marselha e Veneza, com os porões cheios dos cadáveres dos marinheiros.

Alguns médicos se dispuseram a atender os pacientes, colocando em risco a própria vida. Para isso, eles tiveram de adotar algumas medidas de segurança, como usar máscaras e roupas especiais para se aproximar dos doentes. Em outros casos, os remédios eram prescritos a distância, para evitar o contágio.