Por André Luiz Melo em 05/02/2015

A história do descobrimento do Brasil se confunde com a época do processo da escravidão na África. A chegada dos portugueses ao território brasileiro entre os séculos XV e XVI evidenciou a migração de escravos africanos para a América do Sul.

No Brasil, a mão de obra de escravos negros se disseminou por várias regiões, sobretudo onde era intenso o cultivo da cana-de-açúcar e a exploração de pedras e metais preciosos. Todavia, a submissão dos negros africanos às nações dominantes teve o seu início bem antes disso tudo.

O processo da escravidão na África

Foto: Reprodução

Quando tudo começou?

Egípcios, gregos, persas, romanos, entre tantos outros povos se aproveitaram do poder para promover, em algum período da humanidade, a escravidão, esta que se configura como uma prática existente desde as primeiras civilizações do planeta.

Sempre foram alvo do trabalho forçado os povos que eram desbaratados em guerras, conflitos, que entravam em dívidas e não eram capazes de cumprir compromissos firmados com nações mais poderosas.

O comércio de escravos no território africano praticado por diversas e poderosas civilizações, já na Idade Antiga dava sinais de que anos mais tarde estaria figurando em proporções bem maiores.

Dito e feito! A composição de novos reinos no continente africano tomou forma na Idade Média, sustentada devido à escravidão de africanos que, à época, já havia crescido de forma assustadora. Os mulçumanos figuram entre os povos que mais escravizaram na Terra, sobretudo depois da penetração dos mesmos na África.

Os portugueses e a escravidão

A partir do período em que a corte portuguesa ingressou no mercado do tráfico de escravos do continente africano, a venda desses povos submissos já era realizada pelos próprios africanos que dominavam tribos e reinos vizinhos dentro do próprio continente.

Assim, os próprios negros africanos faziam de escravos outros negros vizinhos e mais fragilizados no território da própria África. E tal atividade não era desprovida de interesse financeiro, uma vez que os mesmos já tinham percebido que a demanda dos Impérios Ultramarinos por mão de obra favoreceria o tráfico negreiro, e, consequentemente, promoveria lucratividade com a comercialização de escravos.

A costa do oceano Atlântico, na África, foi a região que mais providenciou o tráfico negreiro aos lusitanos, local onde os antigos reinos de Gana e Benin resurgiram.

Estima-se, segundo a história, que 75% dos africanos comercializados no mercado negreiro da época tenham sido vítimas de guerras e embates gerados pelos dominantes reinos da África Subsaariana, a conhecida “África Negra”, localizada inferior ao deserto do Saara.