Por Natália Petrin em 26/08/2016 (atualização: 12/01/2017)

Os animais ruminantes são uma subordem de mamíferos artiodátilos (com um número par de dedos nas patas). A subordem ruminantia (pernas mais longas com apenas dois dedos, dentes molares mais complexos, adequados à sua alimentação a base de ervas duras e estômago dividido em várias camadas).

Os animais que fazem parte deste grupo são os bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos, girafas, veados, camelos e as lhamas, por possuírem um estômago complexo, com três ou quatro compartilhamentos.

 O que é um ruminante?

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Foto: depositphotos

Os ruminantes são mamíferos herbívoros que possuem vários compartilhamentos gástricos, sendo estes o rúmen, o retículo, o omaso e o abomaso, conhecidos como pança, barrete, folhoso e coagulador, respectivamente.

Os três primeiros compartilhamentos são chamados de pré-estômago, pois neles não ocorre digestão química, apenas mecânica. Já o abomaso é conhecido também como estômago verdadeiro, por ser o único compartilhamento que possui enzimas utilizadas no processo de digestão propriamente química.

 Características gerais dos ruminantes

  • São bem dotados para a corrida em terra firme;
  • Número par de dedos revestidos por cascos;
  • Apoio das patas firme e ágil no terreno e ponto seguro de impulsão para a corrida;
  • De acordo com as famílias podem apresentar dois ou quatro dedos.

 Como surgiu o termo ruminante?

O termo ruminante surgiu com o hábito de ruminar destes animais, isto é, depois de ingerir os alimentos, este (o alimento) é regurgitado para a boca do mesmo, onde é novamente mastigado (ruminado) e deglutido.

 Como ocorre o processo de digestão dos ruminantes?

Inicialmente, com o auxílio da língua, os ruminantes fazem a apreensão dos alimentos, em seguida ocorre a deglutição deste alimento, após um breve período de mastigação, chegam ao primeiro compartilhamento, o rúmen ou pança.

Este é o maior compartimento, ocupando boa parte da metade esquerda da cavidade abdominal do animal, é lá onde existe toda uma flora microbiana que realiza a quebra da celulose. Em seguida o alimento passa ao segundo compartimento, o retículo, conhecido também como barrete, que possui um líquido parecido a um favo de mel.

Lá ocorre à criação de bolos de alimento que retornam para a boca do animal para ser mastigado (ruminado) e novamente engolido (deglutido). Quando o alimento retorna ao estômago, este se dirige ao omaso ou folhoso, que é formado por uma parede muscular e uma mucosa laminada, ocorrendo então a reabsorção da água presente no bolo alimentar.

Em seguida o bolo criado cai no compartilhamento de estômago verdadeiro, o abomaso ou coagulador, que é formado por um saco alongado, parecido com o estômago de animais não-ruminantes. É nele que o bolo de alimento irá ser digerido (pelas enzimas presentes). Estas enzimas são produzidas por glândulas presentes nas paredes do abomaso.

Finalizando, o bolo passa pelo intestino delgado, se modificando através da ação de outras enzimas do trato digestivo.

Existe diferença na digestão dos ruminantes recém-nascidos?

Sim. O movimento de sucção do leite faz com que a goteira esofágica se dobre, fazendo com que o leite passe diretamente para o abomaso, sofrendo ações apenas das enzimas secretadas no abomaso.