Por Débora Silva em 18/10/2016

“Às vezes eu sinto vontade de chutar o balde!”. Você já ouviu algum amigo ou familiar se expressar assim? A frase entre aspas contém uma expressão idiomática, que existe em todas as línguas e que varia de país para país, de cultura para cultura.

As expressões idiomáticas, também chamadas de idiotismos, são os conjuntos de palavras que não apresentam o seu significado por meio do sentido literal dos termos que formam a expressão. Cada idioma possui as suas expressões idiomáticas e a sua tradução literal não faz sentido em outra língua.

Não raro, as expressões idiomáticas são relacionadas com gírias, jargões ou contextos culturais específicos.

O universo das expressões idiomáticas brasileiras

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As expressões idiomáticas brasileiras

Como você sabe, a língua portuguesa é muito rica e contém muitas expressões idiomáticas interessantes. Com certeza você utiliza várias delas no seu dia a dia!

Confira a seguir algumas expressões idiomáticas brasileiras:

Abotoar o paletó – Morrer.
Abrir o coração – Desabafar; declarar-se sinceramente.
Abrir o jogo – Revelar detalhes.
Abrir os olhos a alguém – Alertar.
Acertar na mosca – Acertar com precisão.
Arregaçar as mangas – Iniciar algo.
Bater as botas – Morrer.
Bater na mesma tecla – Insistir.
Baixar a bola – Acalmar-se.
Comprar gato por lebre – Ser enganado.
Chutar o balde – Agir irresponsavelmente em relação a um problema,
Dar com o nariz na porta – Decepcionar-se, procurar e não encontrar.
Dar o braço a torcer – Voltar atrás em uma decisão.
Dar com a língua nos dentes – Contar um segredo.
Dar uma mão – Ajudar.
Engolir sapos – Fazer algo contrariado; acumulando ressentimento.
Estar de mãos abanando – Não conseguir o que pretendia.
Estar com a cabeça nas nuvens – Estar distraído.
Estar com a corda no pescoço – Estar ameaçado, sob pressão ou com problemas financeiros.
Estar com a faca e o queijo na mão – Estar com condições para resolver algo.
Estar com a pulga atrás da orelha – Estar desconfiado.
Estar com aperto no coração – Estar angustiado.
Fazer tempestade em copo d’água – Transformar banalidade em tragédia.
Fazer vista grossa – Fingir que não viu, relevar, negligenciar.
Lavar roupa suja – Discutir assunto particular.
Meter os pés pelas mãos – Agir desajeitadamente ou com pressa; confundir-se no raciocínio.
Meter o rabo entre as pernas – Submeter-se.
Onde Judas perdeu as botas – Lugar remoto.
O gato comeu a língua – Diz-se de pessoa calada.
Pendurar as chuteiras – Aposentar-se, desistir.
Ir pentear macacos – Ir chatear outra pessoa.
Pensar na morte da bezerra – Estar distraído/a.
Pôr mãos à obra – Trabalhar com afinco.
Tirar o cavalo (ou cavalinho) da chuva – Desistir com relutância por motivo de força maior.

 

*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).