O que são organelas celulares e suas funções

Até os anos 1940, a variedade e o detalhamento das organelas celulares eram pouco conhecidos.

Embora no início do século XX já se soubesse da existência de um sistema interno de estruturas membranosas, por meio de técnicas específicas de coloração de células em laboratório, a maioria dos detalhes só aconteceu com a invenção do microscópio eletrônico.

Hoje em dia já sabemos que as células animais e vegetais ^[1] apresentam no citoplasma algumas organelas celulares, que possuem características e funções específicas.

As organelas celulares ficam mergulhadas no citoplasma da célula (Foto: depositphotos)

Organelas celulares e suas funções

Na região entre a membrana plasmática e o núcleo da célula, chamada citoplasma, há um material gelatinoso, ou seja, o citosol.

Nesse material, ocorrem diversas reações químicas do metabolismo. Há também, mergulhadas no citoplasma, várias organelas responsáveis pelas mais variadas atividades da célula ^[2].

Veja a seguir as principais organelas:

• Centríolos: são pequenos cilindros presentes em muitas células eucariotas, com exceção de alguns organismos unicelulares, dos fungos ^[3] e da maioria das plantas. Eles atuam na formação dos cílios e flagelos.
• Ribossomos: são organelas celulares não membranosas presentes em todas as células. É nos ribossomos que ocorre a síntese de proteínas, por meio da união entre aminoácidos. Alguns ribossomos estão livres no citoplasma, enquanto outros fazem parte do retículo endoplasmático granuloso.
• Retículo endoplasmático: é um conjunto de membranas que envolve cavidades de várias formas. Há dois tipos de retículo endoplasmático: o granuloso (também chamado de granular ou rugoso) e o não granuloso (também chamado de agranular ou liso).
• Retículo endoplasmático granuloso: o retículo granuloso também produz proteínas, que fazem parte da membrana plasmática e da membrana que envolve as organelas. Em certos casos, ele também produz alguns glicídios, que são acrescentados às proteínas ^[4] sintetizadas pelos ribossomos.
• Retículo endoplasmático não granuloso: é formado por bolsas e tubos, sem ribossomos (por isso o nome liso), portanto, não atua na síntese de proteínas. Mas em suas cavidades há enzimas que sintetizam diversos tipos de lipídios, como os da membrana plasmática e os esteroides (que formam, por exemplo, os hormônios sexuais).
• Complexo golgiense: o complexo golgiense recebe proteínas e lipídios do retículo endoplasmático e os concentra em pequenos sacos ou vesículas que podem ser levados para outras organelas, para a membrana plasmática ou para fora da célula, conforme o tipo de proteína. A função de “empacotar” e secretar proteínas explica porque o complexo golgiense é bem desenvolvido em células glandulares.
• Lisossomos: alguns organismos eucariontes e unicelulares, como as amebas, e também alguns invertebrados ^[5], como as esponjas, capturam seres microscópicos por fagocitose ^[6] e depois fazem a digestão intracelular das moléculas orgânicas complexas que formam esses seres. As enzimas que realizam essa digestão não ficam espalhadas no citosol. Elas são produzidas no retículo endoplasmático granuloso e encaminhadas ao complexo golgiense, onde são empacotadas em pequenas vesículas, os lisossomos.
• Vacúolos: os vacúolos são encontrados nos protozoários e nas plantas, e atuam eliminando o excesso de água das células. A água é levada para o vacúolo contrátil, que aumenta de volume. Em seguida, ele se contrai, bombeando o excesso de água para fora. Desse modo, o vacúolo regula o equilíbrio osmótico desses organismos. Esses vacúolos costumam ocupar boa parte do volume da célula vegetal.
• Mitocôndrias: o tamanho da mitocôndria é comparável ao das bactérias. Sua forma pode ser: esférica, ovoide ou filamentosa. A mitocôndria possui DNA ^[7], RNA e ribossomos próprios para a síntese de proteínas. O DNA garante também a autoduplicação dessa estrutura e, desse modo, o número de mitocôndrias se mantém constante nas células resultantes do processo de divisão celular.
• Plastos: há vários tipos de plastos, que podem ser classificados de acordo com as funções que realizam e com os pigmentos encontrados em seu interior. Nos eucariontes, como as plantas, a clorofila situa-se no interior dos cloroplastos. Os cloroplastos fazem parte de um grupo de organelas encontradas nas células das plantas e das algas ^[8], os plastos ou plastídeos.
• Peroxissomos: são organelas membranosas de contorno arredondado, cuja principal função é a oxidação na presença de oxigênio de certas substâncias orgânicas nas células, em especial os ácidos graxos.

Organelas da célula animal

Ribossomos, retículo endoplasmático granuloso e não granuloso, complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos, mitocôndrias e centríolos.

Organelas da células vegetal

Ribossomos, retículo endoplasmático granuloso e não granuloso, complexo golgiense, peroxissomos, mitocôndrias, centríolos (não são encontrados em todas células vegetais, apenas em algumas), vacúolos e plastos.

A importância das organelas celulares

As organelas são importantes pois garantem o bom funcionamento das células e consequentemente, de todo nosso organismo.

Exemplos

Ribossomos, retículo endoplasmático granuloso e não granuloso, complexo golgiense, lisossomos, peroxissomos, mitocôndrias, centríolos, vacúolos e plastos.

Exercícios resolvidos

*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

» LOPES, Orlando. Organelas celulares (Ultrastrutura e função). 2011.

» KARP, Gerald. Biologia celular e molecular. Editora Manole Ltda, 2005.