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Pleonasmo

Pleonasmo é uma palavra de origem grega (pleonasmós), passando para o latim como pleonasmus, e que significa “abundância”, “superabundância”, “redundância”.

Trata-se de uma figura de linguagem usada para intensificar o significado de um termo através da repetição (propositada ou não) de palavras ou ideias, seja na fala ou na escrita. Existem dois tipos de pleonasmos: o literário e o vicioso.

Pleonasmo literário

O pleonasmo literário, também chamado de pleonasmo de reforço, estilístico ou semântico, é o uso da redundância como figura de estilo para enfatizar algo em determinado texto. Neste caso, não é considerado erro, ou seja, não é um vício de linguagem, mas sim um recurso que os grandes autores lançam mão para enfatizar uma ideia ou conceito.

Pleonasmo

Foto: Reprodução

Confira a seguir alguns exemplos de pleonasmos literários:

“Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada)
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite”.

No poema acima, de Manuel Bandeira, o autor usa a palavra “chuva” para repetir a ideia já contida no verbo “chover”, para reforçar a expressividade deste verbo.

“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal”.

(Fernando Pessoa)

“E rir meu riso

E derramar meu pranto”.

(Vinicius de Moraes)

“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade via.”
(Alberto de Oliveira)

Como você pode observar, quando o pleonasmo é bem utilizado, este recurso embeleza o texto, intensificando o sentido de determinada expressão.

Pleonasmo vicioso

O pleonasmo vicioso é um vício de linguagem caracterizado pela repetição desnecessária de algum termo ou ideia, sendo considerado um erro. Na maioria das vezes, nós não percebemos que estamos cometendo um exagero linguístico e, por este motivo, é chamado de “vicioso”.

Alguns exemplos de pleonasmo vicioso são os seguintes:

São inúmeros os exemplos de pleonasmos viciosos. Este tipo de pleonasmo deve ser evitado, pois não têm valor de reforçar uma noção já exposta no texto. Muito usado na modalidade oral da língua, o pleonasmo vicioso acaba influenciando a modalidade escrita. Como você pode ver, podemos cometer muitos exageros que passam despercebidos ao nos expressarmos!

*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas)