Por Michelle Nogueira em 03/08/2015

A história política de Roma pode ser dividida em três principais períodos: a monarquia ou realeza (753 a.C. até 509 a.C.), república (509 a.C. até 27 a.C.) e império (27 a.C. até 476 d.C.). Com a queda dos príncipes etruscos, a monarquia romana teve fim. E, assim, com a sociedade dividida em quatro classes sociais, teve início a república romana, época que em apenas três séculos ( IV, III e II a.C.), transformou Roma no maior império da antiguidade.

Como se organizava a sociedade?

Para entender a política, primeiro precisamos entender a sociedade romana, que era dividida de acordo com a ocupação de cada um. Os grandes donos de terra, os patrícios, possuíam o domínio político. Eram a minoria, mas mesmo assim alcançavam o topo da hierarquia, fosse por conta do seu poder aquisitivo ou em decorrência de sua descendência. Roma ainda possuía uma estrutura patriarcal e escravista. Em seguida, na pirâmide, vinham os clientes, que apesar de livres, eram fortemente ligados aos patrícios. Geralmente eram estrangeiros e refugiados. Depois, os artesãos, pequenos comerciantes ou trabalhadores livres, que integravam a plebe. Os plebeus, apesar de maioria, não possuíam quase nenhum poder político nem participação religiosa. E por fim, tinha os escravos, geralmente presos políticos que não tinham direito algum, e eram vendidos como mercadorias.

Política na república romana

Imagem: Reprodução/ internet

Política

Com a instalação da República, os patrícios aproveitaram para criar toda uma estrutura política que os favorecia. Ela se organizava assim:

  • Consulado – Era composto por dois cônsules, que tinham o mandato de um ano. Deveriam ser patrícios indicados pelo Senado.
  • Senado – Formado por 300 patrícios com cargos vitalícios. Controlava as finanças e o andamento das guerras. Era a base do poder. Em tempos de crise política e social, o Senado escolhia um ditador para governar no lugar dos cônsules.
  • Assembleia dos Cidadãos – Elaborava projetos de leis que depois seriam promulgadas pelo Senado. Era composta por patrícios.
  • Magistraturas – Integrada por patrícios, se dividia em diversas ramificações, como os protetores, que cuidavam das leis; os edis, que eram responsáveis pela conservação das cidades; os questores, que administravam as finanças e cobravam impostos da plebe e os censores, que mediam as riquezas da população.

Revoltas da plebe

Por conta dessa enorme desigualdade, a plebe iniciou uma série de lutas contra os patrícios, revoltas essas que duraram quase dois séculos. A primeira revolta foi em 494 a.C., quando os plebeus ameaçaram criar outra cidade no Monte Sagrado. Em 471 a.C., eles conseguiram criar o Tribunato da Plebe, lugar no qual dois tribunos poderiam vetar as decisões do Senado. Diversas leis, com a Lei das Doze Tábuas, por exemplo, foram criadas nesse período de conflitos.

Foi também durante a República Romana que surgiram os primeiros Triunviratos, quando três generais eram escolhidos para governar no lugar dos cônsules. Esses governos marcaram, juntamente com a Reforma dos irmãos Graco e os governos de Mário e Silva, o início do declínio da República.