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Quem foi Carlos Drummond de Andrade?

Carlos Drummond de Andrade nasceu no dia 31 de outubro de 1902, na cidade mineira de Itabira e é considerado um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos. Além de poeta, Drummond foi um contista e cronista brasileiro.

Quem foi Carlos Drummond de Andrade?

Foto: Reprodução

A vida de Drummond

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, no interior de Minas Gerais, cidade que viria a aparecer em parte de sua obra literária. Estudou em Belo Horizonte, no Colégio Arnaldo, e em Nova Friburgo, no Colégio Anchieta. Junto com alguns companheiros, Drummond fundou “A Revista” para divulgar o Modernismo no Brasil.

No mesmo ano em que o poeta publicou a sua primeira obra poética, “Alguma poesia” (1930), o seu poema intitulado “Sentimental” foi declamado na conferência “Poesia Moderníssima do Brasil”, realizada no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, Portugal. Ao longo de sua vida, Carlos conciliou a Literatura com o cargo de funcionário público no Ministério da Educação. Drummond faleceu no dia 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, aos 85 anos de idade.

A obra de Carlos Drummond de Andrade

Além de poesia, gênero que o consagrou, Drummond escreveu contos, crônicas e livros infantis. Sua poesia é considerada existencialista por refletir a condição do homem e a sua obra herdou algumas características do Modernismo Brasileiro, como o verso livre, a liberdade linguística, o metro livre e os temas cotidianos. Dessa maneira, Drummond, assim como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade.

Outras principais características da poesia drummondiana são o humor, a ironia e a análise metafísica do mundo. Dentre os seus livros de poesia, podemos destacar “Sentimento do Mundo” (1940) e “A Rosa do Povo” (1945). Leia a seguir um dos poemas mais famosos de Carlos Drummond de Andrade:

Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.