Ciências

Reinos da Biologia: Classificação dos seres vivos

Os seres vivos existentes em nosso planeta são agrupados em cinco reinos, ou seja, em grandes grupos. O sistema de cinco reinos foi proposto por Robert Whittaker (1924-1980), em 1969 e depois modificado por Lynn Margulis (1938-2011) e Karlene Schwartz (1936) em 1982.

Esses autores definiram que os cinco reinos dos seres vivos seriam organizados da seguinte maneira: monera, protista, fungi, plantae e animalia.

Os 5 reinos da Biologia

Reino Monera

O reino monera agrupa os seres procariontes, ou seja, aqueles organismos que não possuem o núcleo da célula individualizado e protegido por uma membrana. Seus principais representantes são as bactérias, as arqueas (ou arqueobactérias) e as cianobactérias (antigamente chamadas de algas azuis).

Bactérias

As bactérias fazem parte do reino Monera (Foto: depositphotos)

Todas as espécies do reino monera podem ser encontradas em vários tipos de ambientes. Existem espécies que vivem em vários locais onde a maioria dos seres vivos não consegue sobreviver, como no interior de geleiras, na água acumulada em regiões profundas da crosta terrestre, em vulcões e nuvens e também em fontes termais, onde a temperatura varia entre 65 ºC e 95 ºC.

Há inclusive algumas espécies que suportam altos níveis de radiação ultravioleta e de radiação gama e a água oxigenada, que são agentes mutagênicos nocivos aos demais seres vivos.

Algumas espécies de cianobactérias podem produzir toxinas, como as neurotoxinas. Se ingeridas, essas toxinas podem causar a morte de animais, inclusive de seres humanos.

Sob condições ambientais favoráveis, essas cianobactérias exibem as chamadas “florações”, isto é, se reproduzem aceleradamente e com isso, aumentam a concentração de suas toxinas no ambiente, provocando a mortalidade de animais.

Veja também: Saiba qual a importância das bactérias [1]

Reprodução

Os integrantes do reino monera apresentam alto poder de reprodução assexuada por bipartição. Na bipartição uma célula divide-se em duas geneticamente iguais. Por esse processo, em algumas horas, sob condições ambientais adequadas, uma única bactéria pode dar origem a milhares de descendentes geneticamente idênticos entre si, como clones.

Através da divisão das células, as formas coloniais crescem. É comum entre as bactérias a formação de estruturas de resistência, chamada de esporos.

Alimentação

Algumas bactérias são autótrofas, ou seja, produzem seu próprio alimento através da quimiossíntese ou da fotossíntese. Nesse processo, elas conseguem fabricar matéria orgânica a partir de fontes inorgânicas. Outras são heterotróficas e se nutrem através da fermentação ou da respiração.

Reino Protista

A palavra protista significa “primeiro de todos”, dando a ideia de serem os primeiros seres vivos eucariontes que surgiram. Os eucariontes são organismos que possuem o núcleo da célula envolvido por uma membrana, evitando que o material do núcleo fique solto no citoplasma da célula. Como exemplo podemos citar as algas, as amebas, os protozoários, etc.

Algas marinhas

As algas marinhas fazem parte do reino Protista (Foto: depositphotos)

Reprodução

Os protozoários podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada. Da maneira assexuada o indivíduo se reproduz por bipartição e na sexuada, por conjugação. Na conjugação, os dois protistas se unem e realizam a troca de material genético, gerando novos protozoários.

Alimentação

Alguns protistas são fotossintetizantes, como as algas. Outros precisam capturar o alimento no meio ambiente, através de um mecanismo chamado fagocitose.

Reino Fungi

O reino Fungi, ou reino dos fungos, reúne todos os seres vivos eucariontes heterotróficos por absorção, ou seja, organismos que absorvem nutrientes do meio onde vivem.

Os fungos mais conhecidos são bolores, mofos, leveduras, orelhas-de-pau, trufas e também os cogumelos, como o champignon, o shiitake e o shimeji, que são fontes de alimento para nós seres humanos.

Cogumelos

Os cogumelos fazem parte do reino Fungi (Foto: depositphotos)

Além desses, há os que são empregados na indústria de laticínios para a fabricação de certos tipos de queijo, como o roquefort e o gorgonzola. Os fungos também são importantes na produção de antibióticos.

Existem fungos venenosos para o ser humano, capazes de causar a morte da pessoa que se alimentar dele indevidamente. Alguns deles produzem efeitos alucinógenos semelhantes aos causados pelas drogas, provocando sérios danos ao sistema nervoso.

Os fungos [2] são em sua maioria, decompositores, também chamados de sapróbios (sapro = podre), pois nutrem-se da matéria orgânica em decomposição. Por isso, esses seres são muito importantes na reciclagem da matéria orgânica.

Apesar desse aspecto positivo da decomposição, eles também são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos e de madeiras, causando sérios prejuízos econômicos.

Reprodução

Os fungos se reproduzem de forma sexuada ou assexuada, formando esporos nas duas formas. Assexuadamente eles se reproduzem por brotamento, onde se forma um broto na célula mãe, que irá se desprender e gerar um novo indivíduo. Às vezes também se reproduzem por mitose. Sexuadamente se reproduzem por meiose.

Alimentação

Os fungos se alimentam decompondo a matéria orgânica de plantas e animais, outros ainda absorvem moléculas de cadáveres.

Reino Plantae

Há grandes chances de que as plantas terrestres tenham surgido das algas verdes, pois existem várias características que as aproximam, como  a presença de parede celular composta principalmente de celulose, a existência de clorofilas a e b nos cloroplastos e a reserva de amido.

Mudas de plantas

As plantas fazem parte do reino Plantae (Foto: depositphotos)

De um modo geral, as plantas podem ser organizadas em criptógamas e fanerógamas. As criptógamas dividem-se em três grupos: algas, briófitas (musgos) e pteridófitas (samambaias e avencas).

As fanerógamas dividem-se em dois grupos: gimnospermas e angiospermas. As gimnospermas são plantas que não produzem frutos, como o pinheiro-do-paraná. As angiospermas apresentam frutos e em seu interior as sementes, como por exemplo: mangueira, figueira e laranjeira.

Reprodução

As plantas que possuem flor apresentam em seu interior os órgãos sexuais masculinos e femininos. Na parte masculina são produzidos os grãos de pólen e quando eles encontram o ovário da planta, ocorre a fecundação.

Através da fecundação o ovário irá se desenvolver e gerar o fruto e o óvulo se tornará a semente. Por meio da semente, uma nova plantinha brotará.

Veja também: Reprodução das plantas [3]

Alimentação

Como sabemos, as plantas realizam a fotossíntese. Através de sua raízes ela absorve água e sais minerais e através de folhas, ela captura a energia solar e o gás carbônico. Como resultado, ela produzirá glicose e gás oxigênio. Dessa maneira, a planta produz o seu próprio alimento e ainda beneficia os demais seres vivos.

Reino Animalia

Cerca de 1.355.000 espécies estão classificadas no reino Animalia (animal) ou Metazoa. Esse número é maior que a soma das espécies atuais e conhecidas que pertencem aos demais grupos de seres vivos.

Rã

As rãs fazem parte do reino Animalia (Foto: depositphotos)

Conhecer essa diversidade e entender as relações evolutivas entre os diferentes grupos é um desafio. Informalmente, os animais podem ser divididos em dois grandes grupos: o dos invertebrados, que não apresentam vértebras, e os dos vertebrados, que apresentam vértebras. Os invertebrados representam cerca de 95% da diversidade animal.

No reino Animalia, os seres vivos são organizados em filos ou grupos, que são: porifera, cnidaria, platyhelminthes, mollusca, annelida, nematoda, arthropoda, echinodermata e chordata.

Reprodução

A reprodução pode ser sexuada ou assexuada (brotamento, fragmentação ou gemulação), de acordo com cada filo. Na maioria dos animais ocorre a forma sexuada.

Alimentação

Os animais se alimentam das mais variadas maneiras. Alguns são herbívoros (se alimentam de vegetais, frutos e raízes), carnívoros, insetívoros ou onívoros (comem de tudo).

*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

KUHAR, Francisco; CASTIGLIA, Valeria; PAPINUTTI, Leandro. Reino Fungi: morfologías y estructuras de los hongos. Boletín Biológica, v. 28, p. 11-18, 2013.

ARANA, Marcelo Daniel; CORREA, Ana L.; OGGERO, Antonia J. El reino plantae:¿ qué es una planta y como se clasifican?. Revista de Educación en Biología, v. 17, n. 1, p. (pp. 9-24), 2014.