Nós, falantes da língua portuguesa, sabemos que o nosso querido idioma pode nos reservar algumas surpresas que nos deixam um tanto confusos, não é mesmo?
É comum encontrarmos algumas palavras e expressões muito parecidas, como o caso de “senão” e “se não”. Quando devemos usar cada uma deles?
“Senão” e “se não” existem na língua portuguesa e estão corretas, mas não possuem o mesmo significado e devem ser usadas em situações distintas.
O emprego correto de “senão”
Observe o exemplo a seguir:
Estude, senão irá mal na prova.
Como podemos ver na frase acima, “senão” tem o sentido de “caso contrário”, não é? É isso mesmo! Além de substituir expressões como “caso contrário” ou “do contrário”, o vocábulo também assume outras funções. Confira a seguir:
- Preposição, com o significado de “com exceção de” ou “exceto”;
- Conjunção adversativa, podendo ser trocada por “mas”;
- Substantivo masculino, significando “falha” ou “defeito”.
Observe atentamente os exemplos a seguir:
-Salvo um senão ou outro, o seu trabalho ficou muito bom.
-Não lhe resta outra coisa senão correr.
-Meu medo não era do teste em si, senão das pessoas presentes no momento.
-A quem, senão a ele, devo pedir explicações sobre aquela confusão?
O emprego correto de “se não”
Veja o exemplo a seguir:
-Se não der para você me ligar hoje, não tem problema.
Grafa-se “se não” (união da conjunção “se” + advérbio “não”), separado, quando o “se” é uma conjunção condicional que pode ser substituída por “caso”, ou quando a conjunção “se” for integrante e estiver introduzindo uma oração adjetiva direta.
Confira os exemplos a seguir:
-Se não chegar a tempo, perderá o trem.
-Perguntei a eles se não queriam ir à festa comigo.
-Se não chover, irei ao parque com meus pais.
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).