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Soneto

É denominado soneto o gênero lírico de origem italiana, que deriva do termo franco-provençal “sonet”, diminutivo de “suono” (melodia, som), com origem na palavra latina “sonus”.

A partir do século XIV, foi atribuído ao humanista Francesco Petrarca, a criação do soneto, porém, atualmente sabemos que a existência do soneto é de pelo menos um século mais antiga, praticada por Giacomo de Lentino (1210 à 1260). Lentino elaborou uma forma estilizada baseando-se na poesia popular de sua terra, a Sicília.

O soneto é composto por dois quartetos e dois tercetos, isto é, quatro estrofes (conjunto de versos), as duas primeiras devem conter quatro versos e as duas últimas três, totalizando catorze versos.

Soneto

Foto: Reprodução

Métrica do soneto

A cada catorze versus deve possuir a mesma métrica, isto é, o mesmo número de sílabas poéticas. O soneto, de um modo geral é composto geralmente por dez silabas poéticas em cada verso, mas em alguns casos, apresentam versos de doze sílabas poéticas, chamados de dodecassílabos ou alexandrinos.

Composição de um soneto

É a ordem em que os versos apresentam rimas, ou o posicionamento das rimas, no caso dos quartetos, são três formas importantes de posicionamento, confira abaixo:

Sonoridade do soneto

O posicionamento das sílabas tônicas em casa um dos versos, tais sílabas fazem com que o soneto assuma uma dinâmica melódica, muito parecida com a melodia de uma canção.

Sonetistas brasileiros

Sonetistas portugueses

Soneto de Fidelidade

Um dos mais populares exemplos de soneto moderno brasileiro está presente na música popular brasileira, escrita por Vinícius de Morais, em 1960.

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.