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Verbos impessoais: a utilização correta dos verbos ‘haver’ e ‘ter’

Utilizar um verbo da forma correta, pode fazer toda a diferença no contexto de uma frase. Alguns deles, por exemplo, podem desencadear dúvidas, seja pela própria utilização ou concordância, em relação aos demais elementos da frase. No caso em questão, aprenda um pouco mais sobre a utilização dos verbos impessoais.

Verbos impessoais

Os verbos impessoais são aqueles que não possuem sujeito. Ou seja, eles surgem em orações sem sujeito. Há alguns muito usados, como o verbo “haver” no sentido de “existir”, os que exprimem os fenômenos da natureza: chover, relampejar, ventar, nevar, gear, amanhecer, escurecer, esquentar, estar e fazer (meteorologia).

Tem ainda aqueles que indicam tempo, como é o caso de ser (data, hora, distância) e fazer (tempo). Outra característica dos verbos impessoais, é que eles ficam sempre na terceira pessoa do singular. Por isso, eles podem confundir muita gente na hora de se deparar com uma oração contendo um deles.

Verbos impessoais: a utilização correta dos verbos 'haver' e 'ter'

Foto: depositphotos

Sobre os verbos “haver” e “ter”

Depois de conhecer um pouco mais sobre alguns dos verbos impessoais, a partir de agora, tomaremos dois deles para melhor exemplifica-los: “haver” e “ter”. Na maioria dos casos, quanto a utilização desses verbos, a confusão maior está na concordância.

Veja um exemplo: Tinham pessoas na rua.

Quando se faz a pergunta ao verbo, O que tinham? Provavelmente que uma boa parte diria que a resposta correta seria “pessoas”. Nesse caso, a resposta está errada, já que “tinha” é um verbo impessoal. Portanto, a frase não tem sujeito. Dessa forma, o termo “pessoas” é o objeto direto, ou seja: Tinha o quê? pessoas.

Para que não aja nenhuma dúvida, no exemplo, a forma correta da colocação é “Tinha pessoas na rua”. O verbo, necessariamente, tem de estar na terceira pessoa do singular, mesmo que o objeto esteja no plural.

Já com o verbo “haver”, ele assume o mesmo papel de impessoalidade. Isso quer dizer que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito. Muita gente faz a flexão do verbo, como se seu objeto direto fosse seu sujeito. É o mesmo caso do verbo “ter”.

Como exemplo, tem-se: “Haverá mudanças” e não “Haverão mudanças”.

No entanto, empregar o verbo “haver” sempre no singular também não é uma regra que deve ser sempre seguida. Pois, existirão casos que ele aceita o plural. No caso, ele pode figurar como verbo auxiliar (sinônimo de “ter” nos tempos compostos), situação em que pode ir para o plural. Assim: Eles haviam chegado cedo.

Ainda existem outros casos que o plural é aceito: como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de “obter”; como sinônimo de “considerar”; “comportar-se” e “lidar”.

Veja os exemplo:

-Houveram do juiz a comutação da pena.
-Nós o havemos por honesto.
-Os alunos houveram-se muito bem nos exames.