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Vírgula nas orações coordenadas

O uso da vírgula é um dos temas relacionados à Gramática que pode nos deixar com bastante dúvida, não é mesmo? Utilizar o sinal de pontuação corretamente é muito importante, pois um erro pode modificar todo o sentido que se deseja empregar à frase.

Desta maneira, é fundamental que saibamos as regrinhas de uso deste sinal de pontuação. Assim como acontece no período composto por subordinação, o uso da vírgula também aparece no período composto por coordenação, que é aquele constituído de orações independentes.

Estas podem vir ligadas pelas conjunções coordenativas ou estão simplesmente justapostas, como veremos a seguir.

O que são as orações coordenadas?

As orações coordenadas possuem como característica marcante o fato de possuírem orações equivalentes, porém independentes entre si. Ou seja, as orações não apresentam nenhuma dependência sintática entre os termos que as constituem, eles se coordenam de forma mútua.

Imagem de uma vírgula

As orações coordenadas assindéticas são separadas entre si por meio da vírgula (Foto: depositphotos)

Ao abordarmos a independência entre orações, enfatizamos que estas possuem todos os elementos essenciais à sua composição.

Confira o exemplo a seguir:

“Adaptou-se à aspereza da vida, / enfrentou a diversidade, / desafiou o destino.” (Vivaldo Coaraci)

Como usar a vírgula nas orações coordenadas?

As orações coordenadas podem ser classificadas em sindética ou assindética. Na oração coordenada assindética, as orações coordenadas aparecem uma ao lado da outra sem qualquer conjunção que as una; já no caso de as orações coordenadas estarem ligadas por uma conjunção coordenativa, elas são classificadas como sindéticas.

Veja também: Como e quando devo usar ponto e vírgula [1]

As orações coordenadas assindéticas (que não possuem conjunção, ou seja, uma aparece justaposta à outra) são separadas entre si por meio da vírgula. Confira os exemplos a seguir:

“Avancei lentamente até o bueiro, sentei-me.” (Graciliano Ramos)

“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” (Coelho Neto)

“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” (Antônio Olavo Pereira)

Chegou, escreveu na lousa, começou a explicar.

As orações coordenadas sindéticas são aquelas que se prendem às outras pelas conjunções coordenativas. Podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. A vírgula aparece em todas elas, com exceção das aditivas, ou seja, aquelas que dão uma ideia de adição.

Exemplo: As pessoas não se moviam nem falavam.

Exemplo: “É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)

Exemplo: Ou você se esforça, ou você não obterá um bom resultado na avaliação.

Exemplo: Ela é tua mãe: respeita-lhe, pois, a vontade.

Exemplos: “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico Veríssimo)

Observações importantes

Você deve se lembrar que dissemos que a vírgula não aparece nas orações coordenadas sindéticas aditivas, certo? No entanto, existem dois casos em que as vírgulas aparecem nestas orações. Veja os exemplos a seguir:

1º caso – Quando as orações possuírem sujeitos diferentes.

Exemplo: Os estudantes se mostraram distraídos em sala de aula, e a professora fez questão de incentivá-los a apreender a matéria.

Veja também: Saiba como revisar o seu texto depois de terminado [2]

2º caso – Quando a conjunção “e” aparecer várias vezes, o que se caracteriza por uma figura de linguagem denominada polissíndeto. Observe o exemplo a seguir:

Exemplo: Joana trabalha, e estuda, e faz academia, e ainda tem tempo para sair com os amigos.

 

*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).