Por Prof. Nathália Duque em 08/05/2019

As algas são protistas e autótrofos, ou seja, organismos que sintetizam seu próprio alimento. A maioria é unicelular. As algas multicelulares diferem das plantas por não possuírem tecidos diferenciados.

Elas ocupam os mais variados ambientes aquáticos, como terras úmidas e troncos de árvores. No ambiente aquático constituem o fitoplâncton (organismos que flutuam nas águas sendo levados pelas ondas e correntezas).

Características das algas

  • São protistas e eucariontes
  • São clorofiladas
  • Podem ser unicelulares ou multicelulares
  • A maioria das algas possui vida livre, algumas vivem em colônias ou em mutualismo com outras espécies
  • Apresentam plastos, organela celular que armazena clorofila e outros pigmentos
  • São organismos autótrofos fotossintetizantes
  • Não possuem tecidos verdadeiros e por isso, não apresentam raiz, caule ou folhas
  • Se reproduzem de forma assexuada ou sexuada.
Algas no mar

As algas podem viver em ambientes aquáticos ou úmidos (Foto: depositphotos)

Reprodução

As algas podem ser reproduzir de forma sexuada ou assexuada. As algas unicelulares podem se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente.

A reprodução assexuada ocorre por divisão binária, onde um indivíduo origina outros dois. Já as algas multicelulares se reproduzem  por fragmentação ou zoosporia (comum em algas aquáticas).

Na reprodução sexuada, ocorre a produção de gameta masculino e gameta feminino, que se unem formando o zigoto.

Importância

  • Constituem a base das cadeias alimentares aquáticas, permitindo a manutenção da vida nesses ambientes
  • São responsáveis por aproximadamente 90% do oxigênio liberado para a atmosfera, permitindo a vida aeróbica no planeta Terra
  • Algumas espécies são utilizadas como alimento pelo ser humano
  • Das paredes celulares de algumas espécies de algas é extraído o ágar. De natureza proteica, o ágar é utilizado como matéria-prima para laxativos, gomas, gelatinas, como material para cultura de microrganismos em experiências de laboratórios
  • O sargassum (alga parda) é utilizada como fonte de adubo para a agricultura. Depois de ressecado e moído, é misturado ao solo, fornecendo sais minerais, potássio e nitrogênio
  • Das algas do gênero Laminaria se extrai a carragenina, uma espécie de gel utilizado na produção de sorvetes e cremes.

Tipos de algas

Algas pardas

As algas pardas ou feofíceas são principalmente marinhas. Entre elas há representantes de grande porte, com cerca de 60 metros de comprimento, que são conhecidos por kelps e chegam a formar extensas “florestas aquáticas” nas costas frias e temperadas dos continentes.

No Brasil, as algas pardas de grande porte chegam a 4 metros de comprimento e ocorrem no litoral do Espírito Santo. Outro exemplo de alga parda comum no Brasil pertence ao gênero Sargassum, que ocorre em rochas nas regiões entremarés de grande parte do litoral brasileiro.

Algumas espécies são apreciadas como alimento, caso da Laminaria japonica (conhecida comercialmente como kombu) e da Undaria pinnatifida (conhecida comercialmente como wakame).

Também são usadas no preparo de carnes, peixes, molhos e sopas e como tempero. Elas possuem altos teores de proteínas, vitaminas e sais minerais, importantes para a dieta humana.

Nas algas pardas predomina o pigmento fucoxantina, responsável pela cor parda. Apresentam também clorofila a, b, carotenoides e xantofilas. A parede celular é constituída de celulose e sua substância de reserva é o açúcar laminarina e gotas de lipídios.

Algas vermelhas

As algas vermelhas ou rodofíceas podem ser encontradas nos mares, na água doce e também em locais úmidos sobre rochas e troncos de árvores.

Certas espécies de algas vermelhas são apreciadas na alimentação humana, como é o caso do nori, utilizado principalmente no preparo de sushi, prato típico da culinária japonesa.

Essa alga tem sido usada também para combater o escorbuto, graças a seu alto teor de vitamina C. Há representantes unicelulares, mas a maioria é multicelular, como a alga Pterocladia sp.

Nas algas vermelhas predomina o pigmento ficoeritrina (responsável pela cor vermelha), mas elas também possuem clorofila a e d, armazenam amido como substância de reserva. Apresentam a parede celular constituída de celulose.

As algas vermelhas são responsáveis pelas marés vermelhas. Quando ocorre uma superpopulação, essas algas liberam toxinas, que afetam a fauna do ambiente. Essa toxina é acumulada nos componentes da cadeia alimentar, podendo intoxicar todos os componentes da cadeia.

Algas verdes

As algas verdes ou clorofíceas podem ser unicelulares ou multicelulares. São principalmente aquáticas, podendo ocorrer também em locais úmidos, sobre rochas e troncos de árvore.

Certas algas verdes unicelulares, em especial aquelas do gênero Chlorella, ocorrem em associação com ciliados, como o Paramecium, e com animais, como cnidários e moluscos; são as chamadas zooclorelas.

Uma alga verde muito comum no litoral brasileiro é a Ulva, conhecida popularmente por alface-do-mar.

Possuem clorofila a e b, as mesmas encontradas nos vegetais adaptados à vida terrestre. Acredita-se, portanto, que sejam as precursoras dos vegetais.

Além da clorofila, responsável pela cor verde, possuem outros pigmentos, tais como: carotenos (cor alaranjada), xantofila (cor amarelada). Os pigmentos encontram-se no interior dos plastos.

Elas também armazenam amido como substância de reserva e apresentam a parede celular constituída de celulose.

As algas e a medicina

Algumas pesquisas com certos tipos de algas afirmam que esses organismos podem resultar em ótimos medicamentos contra o câncer e em antibióticos contra infecções resistentes ou alguns tipos de cancro.

Relações ecológicas

Algumas algas realizam um tipo de relação ecológica harmônica chamada de mutualismo. É um tipo de interação interespecífica, ou seja, entre indivíduos de populações de espécies diferentes, em que os participantes se beneficiam e mantêm relação de dependência.

Às vezes, essa relação é extremamente íntima, como acontece com os líquens. Eles representam uma associação de fungos e algas dependentes funcionalmente e integrados morfologicamente.

Os líquens são classificados em espécies, embora na realidade cada espécie de líquen seja formada por duas espécies diferentes de organismos – a alga ou cianobactéria e o fungo.

Essa relação ecológica entre a alga e o fungo é tão importante, que permite que os líquens sobrevivam em ambientes onde nem o fungo nem a alga conseguiriam sobreviver sozinhos.

No mutualismo, os fungos fornecem às algas a água e os nutrientes tirados do solo, enquanto as algas que são organismos autotróficos, fornecem aos fungos os açúcares produzidos através da fotossíntese.

*Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

DE REVIERS, Bruno. “Biologia e filogenia das algas“. Artmed Editora, 2006.

DEFANTI, Leonardo S.; SIQUEIRA, Nathalia S.; LINHARES, Paolla C. “Produção de biocombustíveis a partir de algas fotossintetizantes“. Bolsista de Valor: Revista de Divulgação do Projeto Universidade Petrobras e Instituto Federal Fluminense, v. 1, p. 11-21, 2010.