Por Prof. Luana Polon em 12/07/2019 (atualização: 12/08/2019)

Certamente, você já ouviu falar sobre relevo. Mas, sabe dizer o que ele significa? Quais são as formas e os tipos que existem no Brasil?

Quem já teve a oportunidade de viajar pôde perceber que as formas da superfície terrestre se alteram conforme nos mudamos de lugar.

Em alguns lugares, a paisagem é mais plana, onde se pode enxergar ao longe. Em outros, existem paredões, serras e obstáculos naturais que impedem a visão mais adiante.

As formas da superfície da Terra são bastante diversificadas, e elas estão relacionadas com as atividades humanas.

Quer saber mais sobre isso? Então, confira este texto que aborda o relevo terrestre, suas principais formas e quais são os tipos de relevos existentes no Brasil.

O que é relevo?

A crosta terrestre é formada por diferentes tipos de rochas e minerais. Apresenta elevações e rebaixamentos, várias partes mais altas e outras mais baixas ou irregulares. Essas diferenças na superfície do planeta Terra são chamadas de relevo.

Montanhas verdes

Relevos são as diferentes formas de apresentação da Crosta Terrestre (Foto: depositphotos)

É na crosta terrestre, também conhecida como Litosfera, que os seres humanos desenvolvem suas atividades. Ela é a camada rochosa do planeta, onde todos os humanos vivem.

Vale ressaltar que o  planeta Terra é formado basicamente a partir de três camadas: uma mais interna chamada de núcleo, uma intermediária conhecida como manto, e a mais externa chamada de crosta terrestre.

Como é formado?

Existem duas formas pelas quais o relevo é formado, que são a partir de agentes endógenos e agentes exógenos.

Os agentes endógenos são aqueles que atuam moldando o relevo de dentro para fora, como o tectonismo, vulcanismo e os abalos sísmicos. Eles formam as montanhas, por exemplo.

Já os agentes exógenos são aqueles que moldam o relevo por fora, como as variações de temperatura, o vento, as águas (chuvas, rios, oceanos, geleiras).

Estes agentes modeladores do relevo, endógenos e exógenos, atuam ao longo de milhões de anos, formando todas as paisagens terrestres.

Formas de relevo

Existem muitas formas de relevo, as quais dependem dos agentes que as formaram. Normalmente, são referenciadas quatro formas principais de relevo, que são: montanhas, planaltos, planícies e depressões. Estas formas de relevo estão distribuídas por todo o globo.

Montanhas

São as maiores formações do relevo existentes no globo terrestre. Elas podem atingir mais de 8 mil metros, como é o caso do Everest, maior montanha em altitude do mundo.

Visão do Everest

Visão do Everest, a maior montanha do mundo, localizada na cordilheira do Himalaia (Foto: depositphotos)

Quando há um conjunto de montanhas, ele é chamado de cordilheira, como é o caso da Cordilheira dos Andes, na América do Sul.

As cadeias de montanhas são também chamadas de dobramentos modernos, pois formaram-se na Era geológica mais recente da Terra, o Cenozoico. Como são jovens, os agentes exógenos – vento, chuvas – não as desgastaram tanto, por isso são tão altas.

Além disso, são áreas de choque entre placas tectônicas. Portanto, há tremores de terras e vulcões nas regiões montanhosas.

Planaltos

São formas de relevo aplainadas, normalmente com mais de 300 metros de altitude. As bordas dos planaltos são irregulares, por conta dos intensos processos erosivos.

Os planaltos podem assumir diferentes formas, como serras, chapadas, escarpas, tabuleiros, mesas, etc. Normalmente, os planaltos são áreas muito utilizadas para atividades como a agricultura.

Visão da Chapada Diamantina

Chapada Diamantina é um exemplo de cenários compostos por planaltos (Foto: depositphotos)

Planícies

São áreas geralmente bastante planas, com baixa altitude (diferente dos planaltos, que são com altitudes mais elevadas).

As planícies são derivadas de processos de sedimentação, ou seja, acúmulo de matéria oriunda de rios, geleiras, lagos e mares.

Visão de uma área plana

Planícies são áreas mais planas ou com baixa altitude (Foto: depositphotos)

Depressões

São áreas do relevo rebaixadas em relação as áreas ao entorno. Podem ocorrer tanto por processos erosivos, quanto por falhamentos.

Existem dois tipos de depressões: relativas e absolutas. As depressões relativas são aquelas que são mais baixas que as áreas ao entorno, mas que ainda estão acima do nível do mar.

Já as depressões absolutas são aquelas que estão abaixo do nível do mar. Um exemplo de depressão absoluta é o Mar Morto.

Visão do Mar Morto, um lago localizado na Ásia  (Foto: depositphotos)

Tipos de relevo do Brasil

Existem várias formas de classificação do relevo brasileiro. As principais são aquelas desenvolvidas por Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr Ross.

Aroldo de Azevedo

Classificação de Aroldo de Azevedo
Divisão do relevo brasileiro em duas categorias, planícies e planaltos. São eles: Planalto das Guianas, Planície Amazônica, Planalto Central, Planície do Pantanal, Planalto Meridional, Planalto Atlântico e ainda Planície Costeira.

Aziz Ab’Saber

Classificação de Aziz Ab'Saber

Divisão do relevo brasileiro em Planícies e Terras Baixas e Planaltos. São eles: Planalto das Guianas, Planícies e Terras Baixas Amazônicas, Planalto Central, Planalto do Maranhão-Piauí, Planalto Nordestino, Planície do Pantanal, Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, Planalto Meridional, Planícies e Terras Baixas Costeiras e ainda Planalto Uruguaio Sul-Rio-Grandense.

Jurandyr Ross

Jurandyr Ross

É a mais recente das classificações do relevo brasileiro (1989), usou como apoio as imagens do Projeto Radambrasil.

É também a classificação mais detalhada do relevo do Brasil, com 28 unidades de relevo, sendo 11 planaltos, 11 depressões e 6 áreas de planícies.

Curiosidades

O relevo brasileiro não conta com montanhas jovens (orogênese moderna), isso porque seu território não se encontra em região de choque de placas tectônicas.

O ponto mais alto do território brasileiro é o Pico da Neblina, com 2.993 metros de altitude, na fronteira do Amazonas com a Venezuela.

A predominância no território do Brasil é de planaltos, os quais já estão bastante desgastados pela ação dos agentes erosivos.

As planícies estão presentes em três pontos específicos, que são na região litorânea, na bacia do Rio Amazonas e no Pantanal.

Relevo continental e Relevo submarino

Existem dois tipos de relevo, o continental, que é aquele que é perceptível nas massas continentais emersas, e o submarino.

O relevo submarino é caracterizado pelas seguintes formas:

  • Plataforma continental: continuação da plataforma da porção continental para abaixo do nível do mar. Ou seja, é uma continuação do relevo da parte continental. Como ela recebe luz solar, é comum que se desenvolvam espécies de plantas, bem como animais
  • Talude: é a borda da plataforma continental, marcada por um desnível abrupto
  • Região pelágica ou abissal: crosta oceânica propriamente dita, é mais densa do que a crosta continental. Existem várias formas de relevo debaixo dos oceanos, como montanhas, depressões, dorsais, planaltos, etc.

*Luana Polon é Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).

Referências

MOREIRA, Igor. “Mundo da Geografia“. Curitiba: Positivo, 2012.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. “Geografia Geral e do Brasil“. 3 ed. São Paulo: Scipione, 2017.